Lê-se hoje num jornal, em letra de forma do tipo "calibri", preta em fundo branco, o seguinte trecho:
[...] A acusação do Banco de Portugal a 18 gestores e entidades ligadas ao GES é categórica: "Em junho de 2011, no processo de encerramento das contas intercalares com referência a 31/05/2011, Ricardo Salgado solicitou a José Castella e a Francisco Machado da Cruz [funcionários da ESI], que, por sua vez, solicitaram a Pierre Butty [funcionário da ES Services], a introdução de um conjunto de alterações ao projeto de demonstrações financeiras elaborado pela ES Services, que permitiram gerar os resultados necessários para que fosse pago um dividendo extraordinário aos acionistas da ESI no valor de 18,228 milhões de euros." [...]
E a seguir:
[...] Como os cinco ramos da família Espírito Santo tinham 53,1% do capital da ESI, receberam mais de metade dessa verba. O valor restante foi destinado aos outros acionistas da ESI. [...]
O drama acaba aqui, infelizmente. Digo isto porque o referido se afigura, não como o fim do primeiro acto de um drama de faca e alguidar, mas como o seu epílogo.
Segundo os dicionários, epílogo—do grego epilogos—é o remate de uma obra literária, escrito para dar a conhecer o fecho dos acontecimentos relatados e o destino final das personagens da história. Tal e qual.
O Dr. Ricardo Salgado, mais os seus causídicos—pagos pelo seu peso em ouro elevado à décima quinta potência—se encarregarão de arrastar o processo em todas as instâncias judiciais, Juízo Final incluído, em processo que será dado como encerrado quando o filme da macabra história já tiver sido arquivado nas caves da Cinemateca Portuguesa, eventualmente ao lado de peças idênticas sobre Alves dos Reis e outra rapaziada afinada da mesma arte e igual quilate.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário