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O Dr. Soares escreve hoje no DN mais uma das sua crónicas
incontornáveis, para usar um adjectivo pífio, em consonância com as referidas peças.
Não vou revelar aos leitores todo o conteúdo do laudo para não os privar do
prazer de se divertirem com o ridículo daquela trampa. Só um nadinha, então.
A páginas tantas, escreve Mário: "O jornalista Gustavo Sampaio
publicou no ano passado um livro que tem por título Os Facilitadores. Este
livro, escrito com grande isenção e rigor, refere factos que nenhuma das
personalidades nele invocadas ousou desmentir. O autor aborda a influência que
algumas personalidades têm na intermediação de negócios dinamizados pelo
Estado, obtendo vantagens económicas. O mal não está, naturalmente, na
atividade em si, que faz parte do comércio, mas no facto de algumas dessas
personalidades não deixarem de ser políticos, sucedendo mesmo que alguns meios
de comunicação social as contratam como analistas da própria atividade
política, pagando-lhes!..." (A ortografia de acordo com o aborto ortográfico é da irresponsabilidade do Dr. Soares).
O Dr. Soares está a precisar—não digo de se calar porque
isso não pode, visto sofrer de asininorreia incontinente—mas de tomar talvez chá
de alecrim com ginkgo biloba para
espevitar a memória.
Mesmo anteontem, transcrevia eu aqui as afirmações de
Marinho e Pinto sobre o seu amigo do peito Almeida Santos, correligionário da "ética
republicana", em que se lê, entre outras coisas o seguinte: [...] o dr. Almeida Santos é advogado e foi um dos
advogados que mais negócios fizeram neste país à custa do que é público. Não
estou a dizer isto em off, é em on: o dr. Almeida Santos é um advogado de
negócios e é uma das pessoas que mais negócios fizeram em Portugal na sua
condição de líder político e de advogado, mesmo que tenha tido em alguns
momentos a sua inscrição na Ordem suspensa. É vergonhoso esse acto que ele
praticou contra a essência da democracia, porque permite que a Assembleia se
tenha transformado numa plataforma onde circulam interesses absolutamente
opacos, muitas vezes ilegítimos, tráficos de influências.[...]
Que eu saiba, tal como as "personalidades invocadas
no livro de Gustavo Sampaio", também o Dr. Almeida Santos não ousou
desmentir Marinho e Pinto.
Quem tem telhados de vidro, não atira pedras ao do
vizinho. E não estou a falar só de Almeida Santos que, como notório cágado
lusitano, ouviu Marinho e Pinto mas "esqueceu-se" de o desmentir. Falo também do
Dr. Soares, ele mesmo, que nunca fez nada de útil na vida—além da pratica da
arte de cavalgar a política em toda a sela, com alguns episódios mal
esclarecidos em Macau—sem que isso lhe tenha afectado muito a qualidade de vida
e a reputação
Se o Dr. Soares tivesse um nanograma de vergonha,
guardava de Conrado o prudente silêncio. Mas não pode—tem a falta de senso
comum inscrita nuns tantos codões do ADN. O mal é de nascença e quem nasce
torto, tarde ou nunca se endireita—neste caso a alternativa é nunca.
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