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Sampaio da Nóvoa falou. E que disse Nóvoa? Coisas de encantar! Nóvoa não
usa palavras. Nóvoa é a palavra. Drummond de Andrade já não queria dicionários, consultados em vão, queria só a palavra que nunca estará neles nem se pode inventar.
Drummond de Andrade não conheceu Nóvoa. Nóvoa é a palavra que Drummond
procurava. Não foi inventada. Nasceu em Valença do Minho. Nóvoa é palavra, é Sol
dentro do qual viveremos em comunhão, mudos, saboreando-a.
Saboreemos então:
Não vou
fazer da omissão um estilo, da ausência um método e do silêncio um resguardo.
É necessário
abandonar políticas de austeridade que conduziram a um desastre económico e social
na União Europeia. Defendo a promoção em Portugal de um amplo debate sobre a
Europa e garanto que não vou aceitar novos acordos, que afectem
significativamente a nossa soberania, sem a prévia realização de um referendo
nacional.
A construção da Europa não pode ser a diminuição de
Portugal, não pode conduzir ao nosso empobrecimento, à fragilização da nossa
capacidade produtiva, à nossa dependência.
Assumo o compromisso claro na luta contra a pobreza e contra
o aumento das desigualdades e prometo uma magistratura da ética e do cuidado,
já que não vou permitir que os portugueses fiquem desamparados, com um Estado
tão zeloso com as suas obrigações externas e tão pouco atento às suas
obrigações com os portugueses mais pobres.
Um Presidente pode
ser muito mais do que tem sido, pode ser um de nós, pode ser alguém que junta,
que une, que abre o futuro quando caminha ao lado das pessoas.
A política não serve para justificar inevitabilidades mas
sim para dar o exemplo e para abrir caminhos, considerando que é preciso
acreditar porque não se pode deixar que a esperança emigre também.
Há mais, muito mais, mas provavelmente o leitor não
aguenta tanto saboreio. Confesso que me rendo e apenas uma dúvida me assalta: Já terá
Nóvoa lido a Constituição?
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