domingo, 17 de maio de 2015

'LAMPRIS GUTTATUS'

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O peixe da imagem, do tamanho duma roda de automóvel, é o peixe-lua,  Lampris guttatus para gente fina. E porque tem ele a honra de figurar n' O Dolicocéfalo? Passo a explicar. O peixe-lua é o único peixe conhecido de sangue quente; isto é, os peixinhos todos são ecotérmicos, ou seja, a temperatura do sangue é próxima da da água onde nadam, mas este tem temperatura cerca de cinco graus acima, apesar de frequentar meios mais frios que o meio hoje no Porto, a quase 400 metros de profundidade (o peixe, não o Porto).
O calor do corpo, gerado pelo exercício rápido das barbatanas—sobretudo das ventrais—que mantém em permanente movimento, permite-lhe contrair mais rapidamente os músculos, ter melhor transmissão neurológica e maior acuidade visual.
Tem pormenores importantes para conservar o calor. Não vou pregar uma seca com isso, mas sempre digo, por exemplo, que o sangue saído frio das guelras, no trajecto para o resto do corpo circula em contacto com o que para elas se dirige, o que permite aquecê-lo, evitando simultaneamente que vá perder-se calor nas ditas guelras. Chama-se a isso troca térmica em contra-corrente. Antes do homem ter criado tal coisa industrialmente, já o peixe-lua o tinha inventado. Mas esqueça e passe à frente porque parece uma charada. O que interessa é o Lampris guttatus que deve ser óptimo para comer "ao sal". É só chicha! 
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