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Joel Mokyr é professor de História e Economia na Northwestern
University, em Illinois. "A
Culture of Growth: Origins of the Modern Economy" (2016)
é o título do seu último livro. Hoje pode ler-se, no AEON Magazine, um artigo da sua autoria intitulado
"The Great Enrichment", com o
sub-título "This is How Europe Became the Richest Place on Earth: by Being Politically Fragmented, Yet
Intellectually United".
Resumindo em poucas palavras, Joel Mokyr sustenta que a
fragmentação da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII fomentou grande
concorrência entre povos e estados — estimulante do progresso — sem
que tal prejudicasse o intercâmbio cultural, científico e técnico. Na
realidade, existiria uma só comunidade intelectual, constituída por personagens que, além de cidadãos do seu Estado, se
comportavam intelectualmente como cidadãos da Europa. Com o Latim a servir de
língua franca, o Cristianismo como elemento agregador, e com a tradição de cada
um procurar os melhores locais para
trabalhar na sua especialidade, a cultura — como sinónimo de conhecimento —
conheceu substancial avanço e facultou enorme
apoio ao progresso material e ao bem estar social.
Juan Luis Vives e Desiderius Erasmus, dois dos principais nomes
do humanismo do Século XVI na Europa, são bons exemplos. Vives nasceu em Valência, na Espanha, estudou em Paris, viveu a maior parte da vida
na Flandres e era membro "Corpus Christi College", em Oxford. Erasmus viajava entre Lovaina,
Inglaterra e Basileia, mas também residiu em Turim e Veneza. Globetrotters!
Em boa verdade, a comunidade intelectual europeia vivia no
melhor de dois mundos: desfrutava da integração na elite académica de todo um continente que, simultaneamente, tinha múltiplos estados avançados,
independentes e concorrentes entre si. Era o equivalente à comunidade actual
dos jogadores de futebol, com pátria e sem pátria — dependendo das circunstâncias
—
e que estará na base da notável evolução da modalidade em muitos países (digo eu!).
O artigo de Joel Mokyr é de leitura fácil, quase em Inglês
Básico, e o original pode ser lido aqui.
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