quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

MONET; MONNAIE; MONEY

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Há pouco mais de três meses, a 16 de Novembro do ano passado, Tom Marsico, um dos homens mais ricos dos Estados Unidos, vendeu, num leilão da Christie’s em Nova-Iorque, o quadro de Monet Grainstack/Sunset Palheiro/Pôr do Sol por 81,4 milhões de dólares. Tal quantia, que se saiba, bateu o recorde de obras de Monet vendidas em leilão Marsico havia dado pelo quadro, em 2002, menos de um sexto disso.
De acordo com a tradição, ocorre-nos pensar que os artistas famosos nunca beneficiam — ou beneficiaram  justamente do valor das suas obras, passando muitas vezes privações, sendo outros que lucram mais tarde com o seu génio e inspiração. É quase sempre assim, mas não no caso de Monet.
Monet teve algumas dificuldades financeiras no início da carreira é verdade. A resistência dos críticos ao Impressionismo "amolaram-no". Era frequentemente rejeitado pelos gestores das galerias com o argumento de que já tinham que chegasse "daquela"  pintura.  No ano de 1968, passou o Inverno a alimentar-se só com batatas; mas foi sol de pouca dura. Rapidamente, as batatas foram substituídas por fois gras da Alsácia, trufas de Périgord, lagosta em molho de pimenta e outras iguarias por aí fora. Na sua casa comia-se do melhor, diziam os convidados.
Depois dos 50 anos viveu até aos 86 Monet deixou de todo de ter problemas de "tesouraria". Possuía uma bela frota de automóveis, usava fatos feitos por um alfaiate inglês em Paris, uma equipa de jardineiros tratava-lhe do jardim, e desfrutava de outros luxos burgueses. Tinha mais em comum com milionários da época, como Damien Hirst ou Jeff Koons, que com artistas pelintras, como Vincent van Gogh. O seu apelido era adequado: Monet — quase homonímia de Monait, ou Money.
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