Há pouco mais de três meses, a
16 de Novembro do ano passado, Tom Marsico, um dos homens mais ricos dos
Estados Unidos, vendeu, num leilão da Christie’s em Nova-Iorque, o quadro de
Monet Grainstack/Sunset — Palheiro/Pôr do Sol — por 81,4 milhões de dólares. Tal quantia, que se saiba, bateu o
recorde de obras de Monet vendidas em leilão — Marsico havia dado pelo quadro, em 2002, menos de um sexto disso.
De acordo com a tradição, ocorre-nos pensar que os
artistas famosos nunca beneficiam — ou beneficiaram — justamente do valor das
suas obras, passando muitas vezes privações, sendo outros que lucram mais tarde
com o seu génio e inspiração. É quase sempre assim, mas não no caso de Monet.
Monet teve algumas dificuldades financeiras no
início da carreira — é verdade. A resistência dos críticos ao Impressionismo "amolaram-no".
Era frequentemente rejeitado pelos gestores das galerias com o argumento de que
já tinham que chegasse "daquela" pintura.
No ano de 1968, passou o Inverno a alimentar-se só com batatas; mas foi
sol de pouca dura. Rapidamente, as batatas foram substituídas por fois gras da Alsácia, trufas de Périgord,
lagosta em molho de pimenta e outras iguarias por aí fora. Na sua casa comia-se do melhor, diziam os convidados.
Depois dos 50 anos — viveu até aos 86 — Monet deixou de todo de ter problemas de "tesouraria". Possuía uma bela frota de automóveis, usava fatos feitos por um alfaiate inglês em
Paris, uma equipa de jardineiros tratava-lhe do jardim, e desfrutava de outros luxos
burgueses. Tinha mais em comum com milionários da época, como Damien Hirst ou Jeff
Koons, que com artistas pelintras, como Vincent van Gogh. O seu apelido era adequado:
Monet — quase homonímia de Monait, ou Money.
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