Marcelo é sonso. Ou faz-se de sonso. Ou faz de nós parvos. Provavelmente
é, faz-se e faz. Quem o ouvisse, no início do "caso Centeno", ficaria
a pensar que Marcelo foi apanhado de surpresa pela trapalhada. Mas,
afinal, estava ao par de tudo — incluindo o erro de percepção mútuo — desde o início. Quem o disse foi João Galamba, do PS, e fê-lo
no programa “Sem Moderação”, do Canal Q e da TSF, que
eu vi e ouvi apesar de ver e ouvir mal.
Exactamente, Galamba disse:
— O Presidente da República está
profundamente implicado nisto. E o que ele tentou fazer na Segunda-Feira,
político hábil como é, foi tentar demarcar-se disto e tentar
desresponsabilizar-se de algo que é responsabilidade também sua. Tudo aquilo de
que é acusado Mário Centeno pode Marcelo Rebelo de Sousa, o senhor Presidente
da República, ser ‘ipsis verbis’ acusado exactamente da mesma coisa.
Mas Galamba foi mais longe:
—
[...] de facto, houve um erro de percepção mútua (sic) quanto ao verdadeiro
alcance das alterações legislativas feitas ao estatuto do gestor público. [...].
E
afirmou a seguir que:
— [...] esse erro de percepção mútua (sic) se
estende ao Presidente da República.[...]
Marcelo sabia de tudo desde o princípio —
mas fingia que não sabia —, andava "com a pedra no sapato" a
incomodar-lhe a consciência e, no dia 13 de Fevereiro à noite, aliviou-se no site da Presidência da República. Agora,
não admite sequer que lhe falem no caso.
Ganda Marcelo!...
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