[...] Santana Lopes tinha
já considerado "muito insólito" um episódio em que o ministro
"teve de ir a São Bento e depois a Belém, para ganhar legitimidade e
confiança políticas".
Para o comentador, "acabou o estado de graça de Marcelo Rebelo de Sousa, que "está a ficar mal junto de todos os setores políticos". O Presidente não consegue ficar calado, disse ainda Santana Lopes, e por isso "está a criar um problema a si próprio". [...] In "Expresso" online.
Para o comentador, "acabou o estado de graça de Marcelo Rebelo de Sousa, que "está a ficar mal junto de todos os setores políticos". O Presidente não consegue ficar calado, disse ainda Santana Lopes, e por isso "está a criar um problema a si próprio". [...] In "Expresso" online.
[...] No PS, o
comunicado do Presidente da República - a assinalar que o ministro se mantinha em
funções "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de
estabilidade financeira" - caiu mal. Ao ponto de o dirigente nacional Porfírio
Silva ter lembrado as limitações de um Chefe de
Estado: "É preciso não ter a tentação de compensar o excessivo ativismo
com a técnica de 'uma no cravo, outra na ferradura'. Houve quem falasse em
"vergonha" e garantisse que em São Bento o comunicado de Belém
incomodou. Facto prontamente desmentido. Certo é que, também no PS, as explicações
de Centeno não foram encaradas como clarificadoras. [...] Cristina Rita/Diana Ramos in "Correio da
Manhã" (15/2/2017)
[...] Irónico: o
mais parlamentar dos governos está a transformar o sistema no mais presidencialista
dos regimes. [...] Carlos Carreiras in
"i".
[...] Porque
terão os portugueses que vivem em situação económica já difícil ser chamados a
pagar por negócios que encheram as elites de dinheiro? Vai a sociedade civil
aceitar esta situação de ânimo leve?
O que a
sociedade civil tem de fazer, porque isso é da sua inteira responsabilidade, é
melhorar a qualidade da classe política portuguesa. Essa é a génese da solução
dos nossos gravíssimos problemas. E já se vai fazendo tarde, e quanto mais
tarde mais se sofrerá e mais custará fazer. [...] Fernando Teixeira Mendes in "i"
[...] O
comunicado emitido pelo Presidente da República para afirmar que aceitava a
confiança em Mário Centeno que António Costa mantém tem implícita a palavra que
Marcelo não quis escrever, mas que está lá subliminarmente. O que o Presidente
quis dizer é que só "aceitou tal
posição (ou seja, a manutenção de Centeno) atendendo (e aqui caberia outro só)
ao estrito interesse nacional em termos de estabilidade financeira".
Marcelo foi magnânimo e deixou passar a nódoa comportamental de Centeno, dando
por boa a versão que ambos tinham acertado
horas antes, segundo a qual nunca foi intenção isentar Domingues
e companhia de apresentar rendimentos e património, tendo quando muito havido um
mal-entendido. [...] Eduardo
Oliveira e Silva in "i"
Um dos argumentos mais contorcidos e intelectualmente desonestos que tenho escutado a propósito da enorme trapalhada protagonizada pelo Governo na gestão do dossiê Caixa Geral de Depósitos (CGD) é o de que está a perder-se tempo com o acessório em detrimento
do essencial. Que a possibilidade de um ministro das
Finanças ter mentido ao pais e ao Parlamento, e de nessa abordagem
inventiva à realidade poder ter envolvido, também, o
primeiro-ministro e o presidente da República, não nos devia
roubar um minutinho de sono. Que o facto de um escritório de
advogados contratado por António Domingues e depois pago
pela Caixa ter redigido uma lei à medida para encaixar os
interesses e exigências da nova Administração do banco
público era uma miudeza. E, finalmente, que termos o mais alto
magistrado da nação a comunicar ao pais a altas horas da
noite que Mário Centeno só não caiu "atendendo ao estrito
interesse nacional, em termos de estabilidade financeira", é
uma virgula no meio de uma frase politicamente estéril. [...] Pedro ivo Carvalho in "Jornal de Notícias"
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