quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

PINGOS DE IMPRENSA

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[...] Santana Lopes tinha já considerado "muito insólito" um episódio em que o ministro "teve de ir a São Bento e depois a Belém, para ganhar legitimidade e confiança políticas".
Para o comentador, "acabou o estado de graça de Marcelo Rebelo de Sousa, que "está a ficar mal junto de todos os setores políticos". O Presidente não consegue ficar calado, disse ainda Santana Lopes, e por isso "está a criar um problema a si próprio". [...] 
In "Expresso" online.

[...] No PS, o comunicado do Presidente da República - a assinalar que o ministro se mantinha em funções "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira" - caiu mal. Ao ponto de o dirigente nacional Porfírio Silva ter lembrado as limitações de um Chefe de Estado: "É preciso não ter a tentação de compensar o excessivo ativismo com a técnica de 'uma no cravo, outra na ferradura'. Houve quem falasse em "vergonha" e garantisse que em São Bento o comunicado de Belém incomodou. Facto prontamente desmentido. Certo é que, também no PS, as explicações de Centeno não foram encaradas como clarificadoras. [...] Cristina Rita/Diana Ramos  in "Correio da Manhã" (15/2/2017)

[...] Irónico: o mais parlamentar dos governos está a transformar o sistema no mais presidencialista dos regimes. [...] Carlos Carreiras in "i".

[...] Porque terão os portugueses que vivem em situação económica já difícil ser chamados a pagar por negócios que encheram as elites de dinheiro? Vai a sociedade civil aceitar esta situação de ânimo leve?
O que a sociedade civil tem de fazer, porque isso é da sua inteira responsabilidade, é melhorar a qualidade da classe política portuguesa. Essa é a génese da solução dos nossos gravíssimos problemas. E já se vai fazendo tarde, e quanto mais tarde mais se sofrerá e mais custará fazer. [...] Fernando Teixeira Mendes in "i"

[...] O comunicado emitido pelo Presidente da República para afirmar que aceitava a confiança em Mário Centeno que António Costa mantém tem implícita a palavra que Marcelo não quis escrever, mas que está lá subliminarmente. O que o Presidente quis dizer é que "aceitou tal posição (ou seja, a manutenção de Centeno) atendendo (e aqui caberia outro só) ao estrito interesse nacional em termos de estabilidade financeira". Marcelo foi magnânimo e deixou passar a nódoa comportamental de Centeno, dando por boa a versão que ambos tinham acertado horas antes, segundo  a qual nunca foi intenção isentar Domingues e companhia de apresentar rendimentos e património, tendo quando muito havido um mal-entendido. [...] Eduardo Oliveira e Silva in "i"

Um dos argumentos mais contorcidos e intelectualmente desonestos que tenho escutado a propósito da enorme trapalhada protagonizada pelo Governo na gestão do dossiê Caixa Geral de Depósitos (CGD) é o de que está a perder-se tempo com o acessório em detrimento do essencial. Que a possibilidade de um ministro das Finanças ter mentido ao pais e ao Parlamento, e de nessa abordagem inventiva à realidade poder ter envolvido, também, o primeiro-ministro e o presidente da República, não nos devia roubar um minutinho de sono. Que o facto de um escritório de advogados contratado por António Domingues e depois pago pela Caixa ter redigido uma lei à medida para encaixar os interesses e exigências da nova Administração do banco público era uma miudeza. E, finalmente, que termos o mais alto magistrado da nação a comunicar ao pais a altas horas da noite que Mário Centeno só não caiu "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira", é uma virgula no meio de uma frase politicamente estéril. [...] Pedro ivo Carvalho in "Jornal de Notícias"


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