quinta-feira, 24 de maio de 2018

SOMOS APENAS 0,01%

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De acordo c um estudo recente, conduzido por Ron Milo, do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, as 7,6 mil milhões de pessoas do mundo representam apenas 0,01% de todos os seres vivos no planeta. No entanto, por muito insignificantes que sejamos, já causamos a perda de 83% de todos os mamíferos selvagens e metade das plantas do mundo, revela o estudo publicado recentemente na Proceedings of the National Academy of Sciences. O estudo, que tem em consideração cada classe de seres vivos, muda algumas suposições que tínhamos sobre a biomassa. As bactérias, por exemplo, são de facto a forma de vida principal. Representam 13% da vida no planeta, mas as plantas ofuscam todos os outros seres, representando 82% da matéria viva.
As restantes criaturas – insectos, fungos, peixes e outros animais – representam uns pequeníssimos 5% da biomassa mundial. Mas as surpresas não ficam por aqui. A vida abundante dos oceanos, que ainda mal conhecemos, representa apenas 1% de toda a biomassa do planeta. A maioria da vida está em terra e grande parte dela – um oitavo – são bactérias que vivem no subsolo.
Certo é que, apesar da nossa supremacia, em termos de peso, o Homo sapiens é irrelevante. Os vírus são três vezes mais do que os humanos, assim como os vermes. Os peixes são 12 vezes mais; insectos, aranhas e crustáceos 17 vezes mais; fungos 200 vezes mais; bactérias 1.200 vezes; e, por fim, as plantas, que são 7.500 vezes mais do que os seres humanos.
No entanto, apesar de insignificantes, transformamos de tal forma o planeta que os cientistas estiveram muito perto de declarar uma nova era: o Antropoceno, termo usado para descrever o período mais recente na história do planeta.
O novo estudo revela que a avicultura representa actualmente 70% de todas as aves, com apenas 30% de aves selvagens. A imagem é ainda mais gritante para os mamíferos: 60% de todos os mamíferos da Terra são pecuários, principalmente bovinos e suínos, 36% são humanos e apenas 4% são animais selvagens.
Estes 4% devem-se à destruição do habitat selvagem para agricultura, extracção de madeira e desenvolvimento por parte da acção humana. Muitos cientistas consideram que esta é a sexta extinção em massa da história.
Em relação aos animais silvestres, como ratos e elefantes, apenas um sexto ainda vive, número que surpreendeu até mesmo os cientistas. Nos oceanos, três séculos de pesca intensiva deixaram apenas um quinto dos mamíferos marinhos.
Para chegar a estas conclusões, os investigadores calcularam as estimativas de biomassa com dados de centenas de estudos que usaram técnicas modernas, como o sequenciamento genético, por exemplo. Depois, avaliaram a biomassa de uma classe de organismos e determinaram em que ambientes esse vida poderia existir, para criar um total global.
Usaram também o carbono como medida fundamental e descobriram que toda a vida contém 550 mil milhões de toneladas deste elemento.
Ainda assim, reconhecem as incertezas substanciais destas estimativas, especialmente no que diz respeito às bactérias que vivem no subsolo. Mas acreditam que esta investigação apresenta uma visão geral e útil da distribuição da biomassa na Terra.
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