sábado, 2 de junho de 2018

O MÉTODO DO FACTO CONSUMADO

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Ao ouvir os promotores da chamada eutanásia, fica-nos esta dúvida: para quê debater? Para quê votar? Porque é que a eutanásia não foi imediatamente legalizada na terça-feira? Só porque a maioria dos deputados votou contra? Mas que importa? Não foi desta, será da próxima, como nos referendos do aborto. Para quê então perder tempo com debates e votações, se o resultado final já está decidido? 
Teremos tantas votações quantas as necessárias até o parlamento acertar na resposta certa. É óbvio que tudo seria diferente se a eutanásia tivesse ganho, mesmo que por um voto. Nesse caso, o processo teria sido encerrado definitivamente, e quem, por acaso, propusesse nova votação, seria universalmente desprezado como alguém que não sabe aceitar a vontade da maioria. [...]
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Rui Ramos in "Observador"
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