Fala-se muito da determinação da idade de fósseis, por exemplo, através da datação pelo carbono, mas frequentemente não se tem ideia de como isso é feito.
A maior parte do carbono que existe nos seres vivos (99%)
é carbono 12, com 6 protões e 6 neutrões no núcleo (daí 12, ou 6+6) —
além, claro, de seis electrões a gravitar em volta desse núcleo. Mas há também perto de 1%
de carbono 13, com 6 protões e 7 neutrões no núcleo, e quantidades mínimas (1/1.000.000) de carbono 14 (6 protões e 8
neutrões). Este carbono 14 é rádio-activo e decai para formas mais estáveis,
perdendo neutrões — carbonos 13 e 12. Portanto, com o tempo, num tecido orgânico
morto, a quantidade de carbono 14 vai diminuindo. E sabe-se com que ritmo isso
acontece: em cada 5.730 anos, a quantidade de carbono 14 num corpo diminui para
metade. Chama-se a esse período, como é evidente, semi-vida do carbono 14.
Assim, se encontramos um crânio muito antigo, determinando qual a
quantidade de carbono 14 que tem e comparando-a com o nosso crânio — até com o
do Zezito — é só fazer as contas: se perde metade em 5.730 anos, para perder 1/10, ou 1/750, ou 1/2.500, ou blá, blá, blá, são precisos X anos — está determinada a idade
do fóssil.
A cangalhada do carbono 14
serve para tempos não muito longos, aí até 50.000 anos. Quando estamos com
problemas entre mãos da ordem dos milhões e milhares de milhões de anos, é
preciso usar átomos com semi-vidas muito maiores, como o potássio e o urânio.
Fácil de dizer e complicado de fazer. Mas há quem faça!
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