Ye Shiwen é chinesa, tem 16 anos, e está a dar que falar nos Jogos de Londres. Bateu o recorde mundial dos 400 metros estilos — nos últimos 50 metros fez melhor tempo que o vencedor da prova masculina! — e, dois dias mais tarde, bateu o recorde olímpico dos 200 metros livres.
São impossíveis tais feitos duma criança? Ninguém pode afirmá-lo. Usain Bolt, da Jamaica, praticamente nunca tinha corrido os 100 metros e em Pequim bateu os recordes dos 100, 200 e 4x100 metros. Com juventude, qualidades inatas e muito e bom treino, aceita-se que sejam possíveis os feitos da chinesa. Mas...
A China tem um
currículo muito mau em matéria de doping. Nos anos 80 e 90 do Século passado,
50 nadadores chineses foram apanhados nas malhas do controlo anti-doping. Na
Austrália, no campeonato do Mundo de 1998, a nadadora Yuan Yuan tinha na sua
posse 13 ampolas de hormona do crescimento. E um antigo médico da selecção chinesa
de ginástica declarou à imprensa, na semana passada, que o doping era
controlado pelo Estado Chinês, como acontecia na Alemanha do Leste.
Os métodos do
doping vão refinando com o tempo e procuram ir à frente das técnicas para o
despistar. Se Ye Shiwen estava dopada, é seguro que o fez de modo a ultrapassar
as análises que vão ser feitas porque ganhou medalhas. Torna-se absolutamente
obrigatório conservar parte das amostras colhidas aos atletas, de modo a poder reavaliar as situações no
futuro e aplicar sanções dissuasoras suficientemente pesadas para terem
efeito — a proibição de
competir por largos períodos parece ser a melhor solução.
Se se interessa
por estas coisas, veja um vídeo sobre o doping na antiga Alemanha do Leste neste link e leia este artigo, sobre a irlandesa que ganhou 3 medalhas de ouro e uma de bronze, em Atlanta.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário