segunda-feira, 23 de julho de 2012

RELVAS COM TODOS

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Scott Fritzgerald, famoso cronista da sociedade americana, conversando um dia com Hemingway — provavelmente depois de um almoço bem servido suspeito eu — desabafou: os ricos são diferentes de nós.
É verdade, respondeu Hemingway que concretizou laconicamente: têm mais dinheiro.
Aí está um diálogo cheio de ensinamentos. As coisas devem ser decantadas até à espinha antes que opinemos sobre elas. Depois acaba a conversa quase sempre. A afirmação de Fitzgerald dava pano para uma tarde de diálogo filosófico e sociológico inconsequente, ainda que lúdico; mas Hemingway, prosaicamente, arquivou a matéria na prateleira das evidências.
Na realidade, a forma como encaramos as situações depende muito da natureza que é a nossa, e da hora. Por isso digo que o diálogo terá tido lugar depois de almoço bem servido, embora a natureza de Hemingway fosse assim. Se confrontado com as proezas do Relvas, asseguro que seria igualmente lacónico, fechando a conversa com qualquer coisa do tipo: "É um aldrabão". Na realidade não há muito mais a dizer.
Vem isto a propósito do espalhafato feito com a nulidade oportunista em causa. Já deu para perceber que é de facto um maçónico oportunista, sem ponta por onde pegar, que não deixa bem no retrato o Governo onde ocupa o segundo lugar na realidade, se não mesmo o primeiro. Tiram-se daí as ilações e encerra-se o assunto sem mastigar mais.
Ficar agarrado ao aborto na tentativa de arrastar o Governo com ele denota falta de imaginação e, sobretudo, incapacidade política para explicar concretamente o que ele  Governo  devia ter feito e não fez e o que fez e não devia  ter feito. 
Mas os socialistas, depois do desgraçado consulado do Zezito, não são propriamente grandes modelos de boa prática e não querem entrar por aí. Preferem mastigar o Relvas, salvo seja, que é bem mais fácil — facílimo! — e divertido. Não sei quando cai o Governo, mas até lá vão-nos servir o Relvas diariamente: Relvas de cabidela, Relvas à Bulhão Pato, Relvas cozido com todos, Relvas de fricassé, blá, blá, blá. Já chega!
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