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O Governo não dá uma pr'á caixa. O Primeiro-Ministro fala
de coisas de que alguém se lembrou numa noite de pesadelo depois dum jantar mal
digerido; assina com os pés papéis que nem para embrulhar castanhas; escreve no Facebook—não
interessa o quê porque um primeiro-ministro a escrever no Facebook já é
suficientemente mau; no primeiro acto do drama, depois de anunciar o dilúvio, vai
a uma festa de Paulo de Carvalho e canta a Nini, ou Bibi, ou Kiki, ou uma
trampa assim em frente das câmaras da televisão; diz numa entrevista que
Paulinho das Feiras está de acordo com ele para ser desmentido publicamente
pelo próprio Paulinho dias depois; perante a espectável fúria popular, face a
tanta burrice, mete o rabo entre as pernas—a primeira e única coisa acertada que fez; e agora dá o dito por
não dito, faz marcha à ré e o "Finantial Times"—com insuportável soberba britânica—diz
que Portugal vai mal, na deriva da pressão popular, e que associa o que a Grécia
e a Irlanda têm de pior, coisa que nos ajuda bastante.
Dou Graças a Deus por me ter feito nascer numa Pátria com um condottiero
assim—pior que isto só Carlos Xistra.
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