Quem fala pelos militares são as chefias militares, dizem os generais que lideram o Estado-Maior do Exército, da Armada, da Força Aérea e o Chefe de Estado-Maior General. Assinam um comunicado muito duro, divulgado esta sexta-feira, que, embora não se refira às recentes declarações de responsáveis das associações dos oficiais, dos praças e dos sargentos, é-lhes dirigido. Essas estruturas socioprofissionais têm vindo a público solidarizar-se com protestos anti-austeridade e, nalguns casos, pedir a demissão do primeiro-ministro, dizem os generais.
Não sou militar mas, por razões que não vêm ao caso,
durante 10 anos trabalhei, como militar primeiro, e depois como civil, nas
Forças Armadas. Conheço o meio razoavelmente e como era o espírito de
disciplina, princípio indispensável e indissociável das suas missões. Com a
revolução dos cravos, foi o que se viu. Desde juramentos de bandeira perante
uma bandeira com um buraco no lugar do escudo porque este era
"fascista", até juramentos propriamente ditos inenarráveis, redigidos
por notórias e "respeitadas" figuras da política actual desejosas que
isso seja esquecido depressa.
Mas o mal foi inoculado e continua latente nas
instituição militar, sob a forma encapotada de "associações
profissionais" que, em vez de investirem na formação dos seus associados,
na ajuda social à classe, na melhoria da imagem dos militares, se limitam a
fazer política rasteira e partidarizada, a contestar as chefias—coisa
supostamente impensável—e a dar um espectáculo com aroma a chulé de Infantaria.
Organizações marionetas de partidos que tentam controlar as Forças Armadas pela
porta do lado, sem qualquer preocupação de as abastardar. A náusea!
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