A religião, ou as religiões, são um fenómeno cultural transversal e universal. Na América (EU), há 6% de ateus e 14% de agnósticos. No
resto do mundo, as percentagens variam, mas a média deve andar por aí, ou perto.
Como começaram as religiões é um problema complicado de que não vou falar
agora, para encurtar o post. Mas outro aspecto, ainda mais importante, é
explicar como evoluíram as religiões; porque, à semelhança do bipedalismo, da
linguagem, ou da tecnologia, as religiões também evoluíram e se expandiram.
Porquê e como?
Há teorias elaboradas por psicólogos, antropólogos e biólogos
e uma delas tem a ver com o que se chama selecção familiar. Para perceber isto,
façamos uma raciocínio. Suponhamos um gene que dá aos seus possuidores a
qualidade do altruísmo—quem o tem é altruísta, quem não tem, não é. Sendo o
altruísmo uma qualidade que prejudica materialmente quem o pratica, a evolução
natural tenderá a eliminar o gene, ficando só os egoístas. Mas vamos supor que o altruísmo é exclusivamente dirigido a membros da mesma família, muito provavelmente com o mesmo gene.
Nesse caso, o prejuízo de um é o benefício do outro e o clã com o gene resiste
e até cresce. É a Lei de Hamilton, ou Teoria de Hamilton da Selecção Familiar.
Se transpusermos o raciocínio para a religiosidade,
chegamos ao que se chama formulação de Crespi e Summer que define religião como
um sistema de crenças e comportamentos socio-culturais, envolvendo ideias sobrenaturais e moralidade.
Por outras palavras, servir Deus e o círculo com o qual se está
psicologicamente—e, por vezes, geneticamente—ligado, faz funcionar a Lei ou
Teoria de Hamilton.
Tal como o gene do altruísmo familiar faz medrar o clã, a
religiosidade dilata-se a si mesma. Aí está uma teoria que não sei se é boa, mas é bela. Está mais comprimida que um comprimido de Aspirina, mas pode ler mais aqui, aqui e aqui, onde encontra links para outros sites sobre a matéria.
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