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A esquerda da ponta, mesmo ao virar da esquina, ganhou as
eleições. Estou contente porque foi na Grécia—fica longe e vai servir de balão
de ensaio a algumas nações da Europa, entre as quais Portugal.
Para a coisa ser perfeita, o Syriza devia ter maioria
absoluta, de modo a percebermos se na prática a teoria é outra ou não—sem maioria,
há sempre possibilidade de alijar carga para cima do outro: "eu queria,
mas não posso". A ser assim, ficamos na mesma
Era uma surpresa e alegria se Alexis Tsipras desse a
volta ao texto, como promete. Não tenho fé; apenas alguma esperança. Mas sei
que não é o ser de esquerda ou direita, republicano ou monárquico, socialista
ou democrata-cristão, do Benfica ou do Sporting que resolve os problemas. O que
os resolve é inspiração, trabalho, honradez, vontade, colaboração dos
cidadãos e muitas outras coisas; e sorte também.
Esperar para ver é o que se segue. Se Tsipras conseguir molhar
a fralda dessa malta que se reúne em
Davos, é óptimo. Se puser os gregos com comportamentos mais normais, melhor
ainda—estive três vezes na Grécia e custa-me a acreditar: são piores que nós. Se
fizer a senhora Merkel borrar-se, temos de lhe fazer uma estátua no Terreiro do
Paço e apear D. José.
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