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Acompanho com alguma apreensão e muita preocupação o caso
das botas do prisioneiro 44 do Estabelecimento Prisional de Évora, como já se
percebeu. Se a questão do cachecol do Benfica está resolvida—"Barbas"
registou-se como visitante e já pode oferecer prendas ao Zezito—o mesmo não
acontece com as botas, leio no "Público". O director do estabelecimento
mantém-se irredutível e quer tirá-las ao engenheiro prisioneiro.
É má vontade, dizem os advogados, porque o regulamento só
fala na proibição de botas militares e as do detido têm características de pantufas
para conforto dos pezinhos. Acredito não se tratar de botas militares, pois
isso é coisa que jamais entrou—ou entrará—em pé do Zezito, habituado que está a
sapatos Gucci® desde os tempos de
Vilar de Maçada. E por falar em Zezito, quero explicar porque lhe chamo assim.
Segundo os seus advogados, o juiz Carlos Alexandre nunca tratou
Zezito por Sócrates, antes por senhor José Pinto de Sousa, o que acham coisa
intencionalmente humilhante, pois o nome "Sócrates" é a imagem de
marca do seu constituinte. Como não quero usar tal marca, pois em minha
opinião, Sócrates há só um—o filho de Atenas—e Zezito não é filho de Atenas, nem gosta de Pinto de
Sousa, uso o nome por que é conhecido na família, segundo revelou em tempos seu
tio Júlio Monteiro, graça que é uma gracinha. Mas isto é um aparte que não
interessa muito.
Interessa é que os advogados vão levar o caso das botas ao
Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, o que nos parece legítimo, pois
configura circunstância de clara violação de direitos, neste caso do direito de
ter os pés quentes. Inclusivamente, o Artigo 21.º da Constituição por que
nos regemos pela graça de Deus, prevê que "Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus
direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão,
quando não seja possível recorrer à autoridade pública." Assim, o Zezito
tem até direito a dar duas estocadas em
quem quiser tirar-lhe as botas.
Como eu previa
neste blog, que começa a assumir-se como local de oráculo, o caso das botas
de Évora ainda vai acabar no Supremo Tribunal de Justiça. Se não mesmo no
Conselho de Segurança das Nações Unidas. É verdade!
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