Os direitos de
autor do livro de Hitler "Mein Kampf" (A Minha Luta) são detidos
pelo Estado da Baviera que só autoriza a sua reprodução em casos especiais
desde a derrota do Terceiro Reich. Aqueles direitos expiram este ano (1975) e,
teoricamente, qualquer editora pode imprimi-lo e publicá-lo, traduzido ou não.
Falo nisto porque
li hoje uma notícia na revista "Visão" cujo título é como segue:
"O livro mais perigoso do mundo vai deixar de ter direitos de autor".
Sei que vivemos num mundo meio—ou de todo—louco, em que
proliferam coisas como o Estado Islâmico, o Boko Haram, as seitas de inspiração
nazi, personalidades como o norueguês Breivik e por aí fora, mas não
exageremos: o "Mein Kampf", livro mais perigoso do mundo???!!! Óh
égua!... Aquilo é um pasquim de ler com mola no nariz. Duvido mesmo que
alguém em perfeito estado de sanidade mental consiga ler a peça na íntegra e
não tenha um delíquio antes de chegar ao fim.
A este jornalismo chamo eu fazer cachas de chachadas, ou cachachadas.
Para se perceber o que digo, transcrevo a seguir um
trecho sobre os judeus, da página 75 da edição em inglês da trampa em apreço.
Não sou tradutor encartado e, por isso, remeto os leitores para cópia do
original que podem ler aqui, ou aqui, se quiserem. O fragmento é mais que
suficiente para avaliar em que consiste o chamado "livro mais perigoso do
mundo".
[...] A higiene
física e moral desta raça era um sinal significativo. Tornava-se externamente evidente
não serem um povo amante da água e, infelizmente, tal podia muitas vezes dizer-se
com os olhos fechados. Nos últimos tempos, o cheiro dessa gente de talit punha-me
doente, ao que se juntavam as roupas sujas e o aspecto nada heroico.
Talvez isto não
fosse nada atractivo; mas, além da porcaria física, era repelente descobrir de
imediato as nódoas morais do povo escolhido.
Nada me fazia
reflectir mais que o envolvimento gradualmente crescente dos judeus em certos
campos.
Havia alguma forma
de porcaria ou dissolução, sobretudo na vida cultural, em que pelo menos um
judeu não participasse?
Quando se disseca cuidadosamente
tais tumores, pode sempre encontrar-se um pequeno judeu ofuscado pela luz
súbita como um verme num cadáver em decomposição.
A experiência
ensinou que a actividade dos judeus na imprensa, na arte, na literatura e no
teatro não aumenta em nada o seu crédito. [...] Rebabá.
Resistiu até ao
fim? Não arrisque mais.
.
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