"Está
disponível para divulgar o seu registo de interesses e revelar se pertence a
alguma sociedade secreta de natureza maçónica no âmbito da qual tenha deveres
de obediência que possam, por essa via, pôr em causa a prioridade do interesse
público?” Isto foi perguntado, por duas vezes, pela deputada do PSD Teresa Leal
Coelho a Adélio Neiva da Cruz na Comissão Parlamentar dos Assuntos
Constitucionais da Assembleia da República quando Cruz foi indigitado para
Director do SIS.
Cruz respondeu que tinha o dever de obediência à
Constituição, à lei, à ética (republicana, penso eu) e à sua consciência. E
também que, se o Primeiro-Ministro fez a indigitação do seu nome, é porque não
lhe suscitou qualquer dúvida sobre eventuais conflitos de interesses. E ainda,
blá, blá, blá. Cruz tomou posse do lugar recentemente. O extraordinário foi não
ter falado em maçonaria uma só vez.
Maçonaria é tabu.
Se Cruz não pertence, devia dizê-lo—ficávamos todos mais
tranquilos. Se pertence à seita, estamos mal: é maçónico escondido, talvez
porque ache não ser isso bem visto—se acha, acha bem—o que não augura nada de
bom.
A Maçonaria é como a sarna: entra numa casa e contagia
toda a gente—não falha. O problema é que a maioria dos políticos portugueses e das
pessoas colocadas em centros de decisão importantes já sofrem de sarna. E da
forma mais grave, chamada sarna crostosa, ou norueguesa. Óh égua!
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