Os graffiti são uma
das pragas do nosso tempo. Porque em
cada milhão—numa perspectiva optimista—possa haver um que quase se "aproveita",
sendo o resto lixo e vandalismo de mau gosto, não se justifica a incompreensível
tolerância com que são tratados os "autores", chegando-se ao ponto de
os promover a "artistas" e organizar mostras e outros eventos que os estimulam.
Pena é que os patrocinadores de tais iniciativas não vejam as suas casas,
acabadas de pintar, cagadas com a trampa "grafiteira", uma, duas,
três e mais vezes. Talvez assim percebessem a selvajaria de tal "arte"—falo
com conhecimento de causa. Aquilo é prática psicopática genuína, como apedrejar
automóveis nos viadutos, cuspir na sopa do vizinho e bater na avó.
Falo nisto porque
li há minutos que o metro de Sidney gastou no ano passado 34 milhões de dólares
para limpar graffiti nas estações e comboios. Mas, ao contrário do que acontece
nos países "civilizados" como Portugal, que toleram pacientemente a
actividade criativa de psicopatas, os australianos fizeram alguma coisa. Gastaram
meio milhão de dólares e equiparam o metro com sensores de vapores dos produtos
usados naquela barbárie. Quando é dado o alarme de que há obra em curso, antes que os autores tenham obrado muito e ainda estão com as calças arriadas, cai-lhes a polícia em cima. Este ano
já foram 30 de cana, para começar a assentar ideias.
Em boa verdade, e
para ser franco, não conheço as características dos produtos usados na malfeitoria, mas suspeito que não seria muito difícil condicionar a sua venda e
fazer o registo de quem os compra. No fundo, não se combate o vandalismo por puro desleixo e incúria. Talvez também porque não seja politicamente correcto—o mesmo que saloiada.
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