Cada um de nós é igual aos outros de forma diferente. Parece uma contradição isto—e talvez seja—mas é verdade. Somos todos concebidos pela união de duas células germinativas, medrámos num útero e nascemos com um programa de desenvolvimento que nos condiciona na maturação e no declínio. Esse programa—escrito no genoma—é condicionado pela imersão numa família, numa cultura e numa época; e nos grupos sociais restritos dos amigos, companheiros de trabalho, parceiros de lazer e por aí fora. O resultado final é sempre diferente, por maior que seja a semelhança no genoma e no habitat envolvente.
Esta visão dualista (seres banais e especiais em
simultâneo), estabelecida por biólogos e cientistas do comportamento, parece hoje
tão evidente que nem se percebe porque não nasceu mais cedo. Reconhecer o que
compartilhamos com os outros promove a compaixão, a humildade, o respeito, a
fraternidade. Reconhecer a individualidade origina orgulho, autopromoção, criatividade
e realização vital.
Este é o resumo de um excelente artigo, da autoria do
neurobiologista da Universidade da Califórnia Samuel Barondes, intitulado Each Of Us Is Ordinary, Yet One Of A Kind.
Não incluo o link para a peça porque
o li numa publicação em papel da Fundação "EDGE", no livro This Will Make You Smarter que recomendo
vivamente a quem o possa ler. Custa 12,95 dólares no Kindle, mais barato que o papel porque não paga portes, mas quando o
comprei ainda não conhecia esse sistema que, aliás, não aceita links.
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