terça-feira, 7 de julho de 2015

Ó DA GUARDA !

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Rui Ramos, num artigo no "Observador", resume e encerra em dois parágrafos o problema da Grécia:

i) O que limitou as propostas que os outros governos europeus, e não apenas as “instituições”, têm feito à Grécia, não é simplesmente uma análise da situação grega, mas a disponibilidade dos eleitorados dos países credores para partilharem com a Grécia o dinheiro dos seus impostos. Esse é que é o verdadeiro problema da Grécia – e, já agora, da “Europa”.

II) O governo grego perguntou aos eleitores da Grécia se lhes dava ou não jeito que os outros contribuintes europeus continuassem a pagar-lhes as despesas. Aos eleitores gregos, como a quaisquer eleitores em qualquer outra parte do mundo, o negócio não pareceu mau, e votaram em conformidade. O governo grego só se esqueceu de uma coisa: foi de perguntar aos outros contribuintes europeus se também lhes dava jeito continuar a pagar as contas da Grécia. A pergunta, embora não tendo sido feita, pode ter resposta um dia destes.

Pela minha parte, estou tão preocupado com a austeridade dos gregos, como eles estão com a austeridade em Portugal. Malagueta no cu dos outros é refresco para os helénicos cus. Não precisei de grande convívio para o perceber. As pessoas são roubadas e ninguém viu, ninguém acredita, ninguém acha possível e polícia insinua que turista inventa. Consumada a pilhagem, grego ri à socapa do parvo que enganou e considera-se mais esperto que Eanes Viroufacas ou Aleixo Tripas.
Dir-se-á que estou traumatizado por alguma situação infeliz. Alguma??!!! Muitas!!! Há duas situações infelizes ao virar de cada esquina grega. O melhor conselho que posso dar a alguém que nunca lá foi é continuar a não ir. Vai ver que se dá bem com o aviso.
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