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No comentário de um leitor do "Económico", lê-se o seguinte:
Se Tsipras tivesse
sido o grande vencedor, o que significava que a Grécia continuaria a viver
alegremente na Europa do euro, com a dívida reduzida, sem austeridade e com os
seus parceiros a suportarem o seu excesso de despesas, aí sim estaríamos na
Europa com que sonhámos!
Talvez seja isso mesmo para alguns que falam de solidariedade—solidariedade
de sentido único; isto é, dos que vivem em regimes políticos com governos de
que os agora solidários não gostam para os que vivem em regimes com governos de
que eles gostam. É o exemplo acabado do raciocínio enviesado por factores
independentes do que está em causa.
O facto dos gregos poderem estar a beneficiar de situação de
aproveitamento oportunista da ajuda de outros para beneficiar de um estilo
acima das suas possibilidades é manifesta falta de solidariedade para povos sem
esse estilo de vida, também onerados pela ajuda à Grécia. Estou a falar dos
países Bálticos, de Portugal, Eslováquia e outros.
O comportamento da Grécia, deve dizer-se, é compreensível no actual
estado evolutivo do Homo sapiens,
como já referi noutros posts. A União
Europeia, como área de solidariedade mútua desinteressada e justa, no tempo
actual é uma utopia que só cabe na cabeça de gente irrealista a viver a 15 mil
metros de altitude, ou seja, na estratosfera. Puxar a brasa à sardinha de cada
um é ainda prática trivial nas relações internacionais, levada até à falta de
vergonha, como no caso em apreço. De um lado os helénicos trampolineiros, do
outro os usurários insaciáveis. E onde se lê helénicos trampolineiros e usurários
insaciáveis pode ler-se um ror de outra gente que só pensa em si e se está a
cagar para o vizinho. É complicado, mas é assim a vida!
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