A finidade, ou finitude, é uma das matérias que mais afligem o homem
desde que é Homo sapiens. Porque é sapiens, é o único animal com
consciência de ser mortal e que vai morrer um dia. Uma ralação!
Não sou teólogo, mas suspeito que é essa
a causa primeira das religiões terem nascido na mais remota antiguidade. A crença na vida depois da morte surgiu
no Egipto, por exemplo, cerca de 4.500 anos antes de Cristo, o que se traduziu em
práticas progressivamente mais sofisticadas de sepultar os mortos, nomeadamente
no estilo dos túmulos, na mumificação dos corpos e na gama de objectos incluídos
nas sepulturas. Acreditavam os egípcios que as almas abandonavam os corpos para gozar a
vida do além, mas era preciso conservar os corpos, como lugares para repousarem
durante a noite.
Naturalmente, a crença na vida depois da
morte implicava a da existência de Deus, ou deuses. O "Deus depois da
morte" deles era Osiris. Por isso, a partir de certa época, as urnas
deixaram de ser rectangulares, como era clássico, e passaram a formas antropóides,
representando Osiris, para assegurar a ressurreição.
Os túmulos dos faraós tinham a forma de
pirâmides que simbolizavam a ligação do defunto aos céus e aos deuses. Representavam
a projecção da influência divina na última residência dos falecidos. Tal tradição
desapareceu cerca do ano 1530 AC, no período em que o Egipto esteve sob o
domínio do rei de Tebas. Por influência estrangeira, as
sepulturas passaram a ser escavadas na rocha das montanhas da margem Ocidental
do Nilo, abandonando-se o cemitério do Vale dos Reis. Esse período correspondeu
a época de grande prosperidade no Egipto (1550-1069 AC) o que se traduziu em
tumbas repletas de preciosidades, incluindo mobílias e jóias!
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