sábado, 4 de fevereiro de 2017

A VIDA DEPOIS DA MORTE

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A finidade, ou finitude, é uma das matérias que mais afligem o homem desde que é Homo sapiens. Porque é sapiens, é o único animal com consciência de ser mortal e que vai morrer um dia. Uma ralação!
Não sou teólogo, mas suspeito que é essa a causa primeira das religiões terem nascido na mais remota antiguidade. A crença na vida depois da morte surgiu no Egipto, por exemplo, cerca de 4.500 anos antes de Cristo, o que se traduziu em práticas progressivamente mais sofisticadas de sepultar os mortos, nomeadamente no estilo dos túmulos, na mumificação dos corpos e na gama de objectos incluídos nas sepulturas. Acreditavam os egípcios que as almas abandonavam os corpos para gozar a vida do além, mas era preciso conservar os corpos, como lugares para repousarem durante a noite.
Naturalmente, a crença na vida depois da morte implicava a da existência de Deus, ou deuses. O "Deus depois da morte" deles era Osiris. Por isso, a partir de certa época, as urnas deixaram de ser rectangulares, como era clássico, e passaram a formas antropóides, representando Osiris, para assegurar a ressurreição.
Os túmulos dos faraós tinham a forma de pirâmides que simbolizavam a ligação do defunto aos céus e aos deuses. Representavam a projecção da influência divina na última residência dos falecidos. Tal tradição desapareceu cerca do ano 1530 AC, no período em que o Egipto esteve sob o domínio do rei de Tebas. Por influência estrangeira, as sepulturas passaram a ser escavadas na rocha das montanhas da margem Ocidental do Nilo, abandonando-se o cemitério do Vale dos Reis. Esse período correspondeu a época de grande prosperidade no Egipto (1550-1069 AC) o que se traduziu em tumbas repletas de preciosidades, incluindo mobílias e jóias! 
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