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A dívida pública
portuguesa chegou a 241,1 mil milhões de euros no fim de 2016. Para ter ideia
do que isso representa, é melhor escrever em algarismos: 241.100.000.000 € !!! Tal valor inclui um aumento de 9.522 milhões (9.522.000.000) face
ao final de 2015, quase 10 milhões mais. É um valor colossal, representando
mais de 129% do PIB. Quanto maior é esta relação, maior é o risco de emprestar
dinheiro ao Tesouro português e, consequentemente, os juros aumentam. Ponto
final na revisão.
Para um gestor como eu, que treme só com a
ideia de dever dinheiro a alguém, a autópsia cujo relatório se faz em cima é
aterradora. Mas há quem viva bem com isso. O pateta do Zezito dizia alegremente,
na sua época dourada, que as dívidas não se pagam porque são simplesmente para
gerir. O resultado viu-se!...
O roteiro é assim: 1) governo socialista pede dinheiro
emprestado; 2) enquanto há crédito, pede emprestado outra vez para pagar
amortizações e juros do primeiro empréstimo; 3) ainda antes de acabar o pagamento
do primeiro, já tem de pedir mais para pagar os juros e as amortizações do segundo;
4) blá, blá, blá...; 5) chama-se a direita que manda vir a troika; 6) acaba
a festa popular e aqui-d’el-rei que
a direita é sádica e gosta de impor austeridade ao pobre e amado povo da
esquerda; 7) quando começa a ver-se luz ao fundo do túnel, aplicam-se as alíneas 1) e seguintes. Está cumprido um ciclo/ciclone sócio-político português. É a vida!...
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