quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O DIABO É A QUADRATURA DO CÍRCULO

.

O problema "diabo" — o mesmo que mal — existe e é um dilema clássico na filosofia da religião. Pode ser resumido em quatro pontos:  
  • Sendo Deus omnipotente, tem poder para criar um mundo sem diabo.
  • Sendo Deus omnisciente, nunca o diabo é divinamente ignorado.     
  • Sendo Deus omnibenevolente, então deseja livrar o mundo do diabo.    
  • Portanto o mundo devia ser perfeito ou, pelo menos, livre de sofrimento desnecessário.

Porque existe, então, o diabo? Como permite a divindade tal injustiça no mundo que criou? Há explicações filosóficas contidas num corpo de reflexões chamado Teodiceia.
Por exemplo, o argumento do livre arbítrio: o diabo não decorre de Deus, mas do mau uso do livre arbítrio.
Outros argumentam que a bondade — ou, pelo menos algumas formas, como a compaixão — não é possível num mundo sem diabo e o valor dessa bondade sobrepõe-se ao diabo que, afinal depende dela.
Há ainda o que se chama defesa da visão global: o diabo só existe porque a nossa visão é limitada. Se o homem fosse capaz de ver as coisas do ponto de vista de Deus, aperceber-se-ia que, no panorama geral, cada aparente diabo desempenha um papel necessário para que o mundo seja mais perfeito.

Tais temas — jogos filosóficos — são bons para raciocínios especulativos mais ou menos inconsequentes. Tal como refere o último argumento, a nossa visão é limitada; e, sem dados, ou recursos bastantes, um problema não é resolúvel. Desenhar um quadrado com a mesma área de um círculo dado, usando apenas régua e compasso, é impossível. Logo, não percebemos, não explicamos. Ponto!
.

Sem comentários:

Enviar um comentário