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A ideia de um Deus todo-poderoso que vigia os humanos a partir do Céu e pune os que se desviam da norma surgiu depois de estes terem trocado a tribo pela sociedade. Essa é a principal conclusão de um amplo estudo que revê o surgimento das sociedades complexas e a ideia do Deus moral. Dos antigos egípcios até o Império Romano, passando pelos hititas, os deuses morais só entram em cena quando as sociedades se tornam realmente grandes.
A crença no sobrenatural é tão antiga como os humanos. Mas a ideia de um ser omnisciente vigilante da moral é mais recente. Antes das revoluções neolíticas, do surgimento da agricultura e das primeiras sociedades, os humanos viviam em grupos relativamente pequenos, baseados no parentesco.
Na tribo, todos se conheciam e seria difícil ter uma conduta anti-social sem ser descoberto. O risco de ser apontado, castigado ou expulso do grupo bastava para controlar o indivíduo. Mas, à medida que as sociedades se foram tornando mais complexas, as relações com estranhos ao clã cresciam e, ao mesmo tempo, as possibilidades de escapar à sanção.
Para muitos estudiosos das religiões, a aparição de um Deus moral que tudo vê serviu como “cola” para a coesão social, facilitando a emergência de sociedades cada vez maiores.
“Mas o que vimos é que os deuses moralizantes não são necessários para que se estabeleçam sociedades em grande escala”, disse Harvey Whitehouse, director do Centro para o Estudo da Coesão Social da Universidade de Oxford. “Só aparecem depois do forte aumento inicial da complexidade social, uma vez que as sociedades alcançam uma população de aproximadamente um milhão de pessoas”.
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