quarta-feira, 20 de março de 2019

A LUZ QUE NOS ALUMIA

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A vida evoluiu por milhares de milhões de anos com um ciclo repetido de luz forte do Sol durante o dia e escuridão durante noite. Tal criou no nosso organismo os chamados ritmos circadianos dependentes da presença ou ausência de luz solar. Durante a noite, a temperatura corporal desce, o metabolismo torna-se mais lento, o apetite diminui, a sonolência aumenta e a hormona melatonina aumenta dramaticamente no sangue. Esta transição fisiológica para a noite é antiquíssima na evolução, sendo a melatonina crucial para o processo.
Como muitas outras coisas, a regularidade destes fenómenos está a mudar ou, melhor dizendo, está ameaçada ― ameaçada pelo que podemos chamar poluição luminosa, sobretudo pelas lâmpadas LED, verdadeiro assalto à ecologia do planeta, nós incluídos. Adicionalmente, acrescente-se que 20% da electricidade produzida na Terra é para iluminação e 30% desta não tem qualquer utilidade. 

A luz desperdiçada não serve para nada mas tem os mesmos inconvenientes da que ajuda na condução de meios de transporte, no comércio, nos jogos de futebol das sextas-feiras à noite* e por aí fora.
“Iluminar o mundo” com 10 mil milhões de lâmpadas LED, ou equivalente, é uma burrice ― para 10 mil milhões tende o número dos "burros bípedes" iluminados!

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* Os jogos de futebol à noite, no Estádio da Luz, como se compreende, só consomem luz própria.
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