quarta-feira, 11 de julho de 2012

BIOCENTRISMO

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Vemos, ouvimos, cheiramos, provamos, palpamos. Assim somos informados de como é o mundo. Seremos? Provavelmente, não. O cão, o gato, o periquito, o carapau têm um mundo diferente do nosso. Cada espécie, para não dizer cada ser vivo, tem um mundo. Em boa verdade, o mundo só existe se existe percepção. Chama-se a isso biocentrismo. O mundo é uma construção do cérebro que trabalha a matéria prima fornecida pelos sentidos. Com sentidos e cérebros diferentes, o mundo é diferente.
Estamos na cozinha, vemos o fogão branco, a mesa creme, os armários castanhos, blá, blá, blá.  Vamos para sala. A cozinha ainda está lá? Há dúvidas, mas é possível que sim. E está como a deixámos? De certeza que não! Está como? Se lá estiver o gato, as cores são diferentes, tal como as dimensões do fogão, da mesa e dos armários, é provável que esteja muito mais clara e cheire a chulé. Se estiver o periquito,...! O universo deve existir, mas até prova em contrário, só existe nos nossos cérebros.
A Física, por exemplo, tem leis extraordinárias. Dizem-nos essas leis como funciona o universo! E já compreendemos quase tudo!!! De certeza? Nem por sombras. As leis da Física explicam porque nos apercebemos dos fenómenos do universo físico da maneira que nos apercebemos, e já não é mau. Como poderíamos saber como se rege a realidade se não conhecemos a realidade?
Ralph Waldo Emerson escreveu: "Já percebemos que não vemos directamente, mas por outros meios, e não temos possibilidade de corrigir as cores e as distorções das lentes que somos e do computador que processa tal informação". E George Berkeley: "A única coisa que percebemos são as nossas percepções".
Sem percepções não há realidade; e sem realidade não há universo. Haverá? Provavelmente, não!

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