O Presidente da Comissão Parlamentar de Defesa manifestou indignação, em reunião daquele órgão, porque factos abordados numa reunião anterior à porta fechada, em que foi ouvido o Director do SIED, terão vindo escarrapachados no jornal "Público". Fez mesmo considerações pouco abonatórias sobre as pessoas que bufam coisas cá para fora, sabe-se lá com que interesse.
Todos os presentes, entre os quais se encontrava o culpado, ou os culpados, concordaram e abanaram as orelhas em sinal de aprovação. Mas, por unanimidade, reconheceram que evitar as fugas de informação não é tarefa fácil.
Não é isto uma ternura? São os responsáveis pelas fugas, estão preocupados com elas, mas reconhecem que
não é fácil impedir tal chaga. Caso para dizer que a carne é fraca! É carne de
representantes do povo da melhor criação, apurada pela selecção quase
darwiniana que é a selecção eleitoral, alimentada com as melhores rações do erário
público, mas ainda assim é fraca.
Ao ler a notícia recordei-me da anedota do cliente do
banco que discutia com o funcionário da instituição sobre a necessidade de
assinar determinado documento. Não obstante as explicações detalhadas do
bancário, ele insistia em não assinar. O cliente atrás dele, farto de esperar,
a dado momento ameaçou-o de lhe dar dois bofetões se não assinasse o papel de
imediato. O homem olhou espantado e
disse para o funcionário, ao mesmo tempo que começava a assinar: está a ver?, você não sabe explicar.
Alguém terá de explicar à rapaziada da Comissão Parlamentar de Defesa
que é preciso manter o sigilo sobre o que lá se passa.
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