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Dizia eu ontem que, face ao nível abaixo de cão a que chegaram os políticos desta terra — onde a terra acaba e a decência acabou há muito tempo, e o mar começa e a pouca vergonha não começa porque já começou há anos —, ninguém decente jamais se proporá governar por receio de ser confundido com Relvas, Zezitos, Varas e outros espécimes do mesmo grupo zoológico de Lineu.
Há dias, Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu Marques Mendes ou Morais Sarmento para substituir o insubstituível Relvas. Não passou um quarto de Lua e já os dois se apressaram a dizer que não estão disponíveis. Se mais sugestões vierem, mais indisponibilidades virão; até chegar a Isaltino, a um qualquer reitor de universidade privada, quiçá à Maya, talvez Pinto da Costa ou Valentim Loureiro.
Não falta gente qualificada para responder ao actual
critério de escolha dos políticos — em boa verdade, a oferta abunda. São
os que se dividem entre suspeitos e culpados, entre cúmplices e reféns, que
referia Carrilho ontem. A procura é que é escassa, mesmo tendo em atenção a
plétora de cargos que ninguém sabe para que servem e o que fazem os titulares, além, claro, de se governarem.
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