As relações entre a Física — alguns físicos, talvez melhor — e a Filosofia não têm sido fáceis ao longo dos anos, desde que as duas disciplinas se separaram. Falámos há dias do físico Feynman e da sua má relação com as humanidades, especialmente com a Filosofia. Acrescento ao que ali citei de Feynman mais uma: "Os filósofos estão sempre connosco (físicos), esforçando-se por nos dizer alguma coisa; mas nunca chegam a perceber as subtilezas e a profundidade do problema".
No ano passado, Stephen Hawking, numa conferência em Londres, dizia ao mundo, tout court: "A Filosofia está morta".
Bertrand Russel, físico e filósofo, tentava o compromisso: "A Filosofia busca o conhecimento e,
quando o obtém numa área, a área deixa de ser chamada Filosofia".
Nietzsche, no outro lado da
barricada, disparava: "À medida que o círculo da ciência se alarga, são
cada vez mais as áreas de paradoxo que engloba".
Talvez tenha razão quem escreve
que os físicos expandem o círculo e os filósofos procuram eliminar os
paradoxos. Não sei. Tenho a intuição que, em boa verdade, em termos de
progresso do conhecimento do universo, a Filosofia não resolve nada. Mas é uma
disciplina fascinante quando cultivada por alguns. Ironicamente — e aqui
queria chegar — quando cultivada por físicos!
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