Na semana
passada, apareceu na revista "Nature" um artigo sobre as mutações observadas
no genoma humano, em função da idade dos progenitores — ou seja, de que modo a idade dos
pais determina a probabilidade de ter características genéticas diferentes nos
filhos, através de mutações que condicionam doenças como o autismo, a
esquizofrenia e outras coisas mais.
Todo o ser se desenvolve a partir dum ovo formado por um óvulo
feminino fecundado por um espermatozóide masculino — metade do genoma do ovo é
de origem feminina e a outra metade de origem masculina, portanto.
A mulher nasce com o número de óvulos de que vai precisar durante
a idade fértil, óvulos esses que já não se dividem mais. A probabilidade de
ocorrerem mutações no genoma dos filhos a partir do óvulo materno é assim
pequena. No homem, as células reprodutivas, os espermatozóides, estão em
permanente multiplicação durante a fertilidade e cada multiplicação é oportunidade
para ocorrerem mutações. Quantas mais oportunidades, mais mutações — logo, o
homem vai acumulando mutações ao longo da vida. Por isso, a maioria das mutações
nos filhos são da responsabilidade do pai.
Por outro lado, as mutações podem ser benéficas ou prejudiciais,
mas mostra a experiência que são maioritariamente prejudiciais.
Como os homens vivem mais tempo agora e se reproduzem até mais
tarde, por razões sociais principalmente, podemos concluir que o homem está a
contribuir para degenerescência da espécie. Isso mesmo concluiu o estudo referido
da "Nature", ao demonstrar que as crianças com autismo e
esquizofrenia são principalmente filhas de pais (homens) mais velhos.
A eugenia está muito mal vista, especialmente depois da eugenia
nazi. Acho que há eugenia e eugenia e, no caso vertente, parece elementar, pelo
menos, divulgar os riscos do homem procriar a partir de certa idade — eugenia sem
imposições, ou limitações; mas eugenia através da informação.
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