Francisco Louçã, coordenador político dum partido que se
chama Bloco para ter mais robustez, — eu chamar-lhe-ia Calhau — apanhou uma banhada
no último acto eleitoral e foi sendo suavemente empurrado com bons modos para a
porta de saída (baixa!) pelos correligionários. Louçã um democrata com
inspiração ideológica em Hoxha, cheio de ética republicana do dito,
já afirmou que está disposto a ceder o lugar aos novos como convém; mas foi
avisando que "não está cansado".
Louçã sai, liberta-se com alívio do fardo de carregar com o Calhau às
costas, mas não está cansado, não senhor. Quando for preciso, volta — oh se
volta!... Já no Natal se possível. E foi dizendo que está disponível para se manter no Parlamento,
pois claro. É o palco com que sonha diariamente!
Mas como é preciso dar o lugar aos novos em nome do
rejuvenescimento das ideias que bem necessário é, propôs o jovem de sessenta e
tal anos João Semedo para o substituir, acompanhado por Catarina Martins, tipo pau de cabeleira político. É o sistema de passagem de testemunho da Coreia
do Norte.
O inefável Louçã não está nada ressentido com os trastes
do partido que o tramaram; mas sempre vai dizendo que quem se assusta com uma
derrota, não merece ser dirigente do BE —
quanto mais fala, mais se enterra, é caso para dizer. O passo seguinte é
ameaçar formar outro bloco, calhau, muralha, ou uma trampa assim.
E quanto a candidatura presidencial, Louçã não está a pensar
nisso e acho bem; porque com mais uma banhada em eleições presidenciais, só
resta encomendar o enterro político. E isso, não! Jamé!... eh, eh, eh...
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