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Apocalipse, ou Revelação, é o livro da
Bíblia onde se narra o que, segundo Jesus de Nazaré, iria acontecer. As
coisas são de tal modo catastróficas, que o significado de apocalipse foi tomado pelo revelado e não por revelação. Por exemplo, o Bloco de Esquerda, pela voz
dos mensageiros João Semedo e Catarina Martins, apelaram ao PS para fazer uma "aliança
social e política" com o Bloco—mais calhau que bloco—que incluiria comunistas
e "independentes", tipo Freitas do Amaral talvez. E a ideia é,
segundo os reveladores, muito simples—romper com o memorando da troika. Tal e
qual—voilá, l’Apocalypse!
Diz Semedo que o número de socialistas com vontade de
romper com o memorando é cada vez maior. Não estou de acordo com Semedo e até
me espanta um homem tão informado, qual Pitonisa de Delfos, dizer coisa assim. O número de socialistas com vontade
de romper com o memorando que o PS negociou e assinou é precisamente igual ao
número total de socialistas, Mário Soares, Zezito e Tozé Seguro incluídos.
Exactamente! O número total até excede a soma das partes que aceitaram o
negócio com a troika porque o Zezito—fugiu e nunca mais ninguém viu—já
convenceu muitos portugueses que o negócio do memorando foi calamidade
contra a qual ele avisou atempadamente.
Mas deixando tais pormenores secundários de lado, na
realidade a proposta de Catarina e João é inspirada e podia até contribuir para
ilustrar o narrado no Livro do Apocalipse. Ali se lê que há muitos e muitos anos, tantos quanto o número
de estrelas no céu, o paraíso celeste foi palco de um terrível
levantamento. Um grupo de anjos
guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos
arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram
forçados ao exílio e condenados a vaguear pelo mundo dos homens até ao Dia do Juízo Final. É verdade!
Os portugueses avisados podem começar a fazer a mala—muitas
malas—pois a jornada é longa: é até ao Dia do Juízo Final! Haja Deus! Que fiz
eu para merecer um País tão bafejado pela sorte?
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