segunda-feira, 17 de setembro de 2012

DEMÓTICO, LÍNGUA COM FUTURO

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Sabia que os antigos egípcios escreviam com hieróglifos? Sabia, de certeza melhor que eu. Mas talvez não soubesse que aquela escrita era só para coisas finas—se fosse agora em Portugal, serviria para escrever o Orçamento de Estado para 2013, por exemplo, com os cortes na TSU, etc.—mas não era usada em coisas triviais. Para isso, usavam os egípcios o que os gregos chamavam Demótico, ou seja, língua de demos, vulgo língua do povão. É verdade! Era mais simples e cursiva.
Mas é também uma trapalhada para quem estuda o antigo Egipto porque tem de traduzir muitas coisas escritas em Demótico que não é exactamente uma língua internacional. Então, uns sábios da Universidade de Chicago tiveram a pachorra de fazer um dicionário de Demótico, coisa em que não me metia nem com molho de natas bem açucarado. E foi simples—demorou 40 anos e tem 2.000 
páginas, mas está um brinquinho, como se vê na figura que encabeça este postpode ver melhor clicando nela. E como se constata, dar 
atenção escrevia-se  como está à esquerda. E vizinhança, ou redondezas (o seu bairro, por exemplo) escrevia-se como se transcreve à direita . Acho este dicionário fundamental, especialmente para os escritórios de advogados—é que a 
partir deste momento as leis que fazem para uso dos governos tornam-se mais cristalinas. Agora é que qualquer leigo as vai perceber muito melhor, com todas as excepções, com os objectos a que se aplicam e não aplicam, quando são imperativas ou simples recomendações e por aí fora—progresso, em resumo.
E mais! A obra está online de borla e os leitores podem lá ir para tirar dúvidas quando escrevem ou lêem em Demótico. Vou deixar aqui o link. Quem é amigo, quem é?
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PS—Peço desculpa pela trapalhada das linhas mas, imperdoavelmente, o blogger não suporta Demótico.
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