segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O GRANDE EMPÉDOCLES

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Empédocles de Agrigento foi um filósofo pré-socrático—não sei precisamente se do tempo do Santana Lopes, se do Durão Barroso—famoso pela sua teoria dos quatro elementos, isto é, para Empédocles tudo era feito de combinações de quatro elementos, a saber, a água, o ar, a terra e o fogo—a tabela periódica dos elementos de Mendelieve da altura, com a vantagem de ser muito mais simples.
Mas Empédocles, em minha opinião, fez descobertas ainda mais importantes—por exemplo, foi o primeiro a falar de selecção natural, mais de 2.000 anos antes de Darwin e de forma muito mais simples.
Era assim: as várias partes dos animais eram inicialmente juntas ao acaso, conforme calhava—tal e qual! Havia olhos sem testa, testas sem olhos, cabeças sem pescoço e vice-versa, braços sem ombros e por aí fora. Está bem de ver que um pescoço sem cabeça não podia viver muito bem e a natureza excluía todos os pescoços sem cabeça, embora eu suspeite que alguns ainda andam por aí, mas deve ser só impressão minha. Ficavam, segundo Empédocles, só os seres mais perfeitinhos, com os precisos para sobreviver—eram os mais aptos, era o fitness! Ganda Empédocles!
Portanto, Darwin chegou tarde quando veio com o livro "On the Origin of Species", porque já aí estavam os papiros do filósofo de Agrigento, a quem devemos fazer justiça, deixando de incensar Darwin. Com ele começou verdadeiramente a ciência da evolução biológica que tem histórias que parecem contos de fadas. Por exemplo, sabe o leitor porque temos repugnância, até medo, pelas ou das aranhas (usar o que se aplicar)? Vou explicar.
Tempos houve em que morria muita gente vítima das picadas das aranhas venenosas. Mas não morria toda a gente porque havia uns que tinham repugnância pelos (ou medo dos) aracnídeos, e davam de frosques quando os viam. Está na cara que foram os filhos desses que sobreviveram e são os nossos pais remotos. Agora não morre ninguém, ou quase ninguém, vítima das aranhas, mas o medo ainda cá anda—ficou, pronto. Assim se explicam muitos comportamentos estúpidos, exotéricos, inesperados e infelizes actuais, que não têm nada a ver com aranhas, como cortar os subsídios de férias e de natal aos pensionistas. Empédocles, apesar de pré-socrático—ainda antes dos PECs—já previa isso.
Serve isto para dizer duas coisas. A primeira é que se Empédocles cá estivesse, teria um enorme sucesso na RêTêPê, maior que o Professor Martelo, porque saberia explicar o porquê das coisas e não se limitaria a ficar gélido como o Professor. A segunda é que a evolução biológica foi uma grande descoberta, quase tão grandiosa como a descoberta dos impostos—perguntem ao Gaspar!
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