As eleições americanas, como sempre, têm num lado republicanos conservadores, empreendedores esforçados e trabalhadores que fizeram a América—é preciso reconhecê-lo—mas são massa bruta, mais ou menos—mais mais que menos. Não há muita pachorra para gente que ainda ataca Darwin, defende a Terra plana ou coisas equivalentes, e por aí fora. Dizem dos democratas—provavelmente bem—que não sabem o que é arriscar dinheiro para fazer coisas e o que custa pôr de pé um negócio, nem conhecem os sacrifícios exigidos a quem investe, incluindo "o privar-se de ver os jogos da Primeira Liga", para triunfar e viver o sonho americano. Sobre Barak Obama afirmam que pensa estar no centro do universo económico sem nunca ter administrado uma empresa, vendido um automóvel, ou trabalhado num quiosque de limonadas. E acrescentam: é tempo para um presidente com experiência real da economia.
Provavelmente, está tudo certo—Obama levou a dívida americana a níveis quase do Zezito, no melhor estilo socialista, sem que se visse grande resultado daí decorrente. Mas o grande trunfo de Obama ainda está no que repete sempre que pode: Há quatro anos, contei-vos a história da união entre um jovem do Quénia e uma rapariga do Kansas confiantes em que o seu filho podia chegar onde quisesse. Eu sou a prova de que qualquer um pode ser Presidente dos Estados Unidos. Esta é uma tirada retórica—o grande forte de Obama—que diz muito aos americanos embora, em boa verdade, não sirva para nada em termos de economia. Mas é assim que o mundo se governa, ou o governam.
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