Com algum escândalo de alguns, a Teoria da Selecção Natural
de Darwin explica muitas das características do homem actual e seu
comportamento. Passámos há muito a fase da perspectiva de que temos nariz para usar
óculos, ou cabeça para usar chapéu, como os coelhos tinham rabo branco para os
caçadores fazerem a pontaria. Na
realidade, a nossa morfologia e fisiologia é como é porque isso se mostrou indispensável
à sobrevivência da espécie e os que não eram assim foram eliminados.
No homem, tal como em todos os organismos que se reproduzem,
ocorrem variações—ou mutações—no material genético que condicionam modificações
das características da forma e do comportamento. Em consequência, surgem
indivíduos mais aptos a extrair melhores conclusões sobre o mundo em que vivem—têm
por isso melhores condições para sobreviver que os outros e para tornar
dominante o seu tipo de genoma. Corresponde isto a um apuramento da espécie
embora, dito assim, soe a eugenia de mau gosto—é a vida!
Desta forma se fez o desenvolvimento científico do
passado—à custa de seres intelectualmente privilegiados, como Galieu, Newton,
Einstein, blá, blá, blá—e se atingiram progressos como a energia nuclear e a
revolução electrónica. Infelizmente, não
estamos certos que no futuro aconteça o mesmo, dependendo do uso que se faça de
tanto conhecimento e tanta técnica. Contudo, há razões para esperar que a
selecção natural do homem também aí intervenha—preferencialmente de forma
silenciosa e pacífica—garantindo que o progresso científico e tecnológico nos traga
mais consciência de quem somos, de onde viemos e para onde vamos—como o poeta
Bocage—elimine os "maus" e nos equipe com confortos e comodidades alinhados com a selecção dos
mais aptos.
E o problema não se põe da forma exclusiva e prosaica do
desfrutar materialmente do progresso do conhecimento. Em boa verdade, o que
mais move o homem moderno—embora não pareça—é o aspecto lúdico do avanço desse conhecimento.
Como escreveu Stephen Hawking no livro "Brief History of Time", o nosso
grande objectivo é nada menos que a compreensão completa do universo onde vivemos.
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