segunda-feira, 3 de setembro de 2012

QUEM ÉS, DONDE VENS, PARA ONDE VAIS

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Com algum escândalo de alguns, a Teoria da Selecção Natural de Darwin explica muitas das características do homem actual e seu comportamento. Passámos há muito a fase da perspectiva de que temos nariz para usar óculos, ou cabeça para usar chapéu, como os coelhos tinham rabo branco para os caçadores fazerem a pontaria. Na realidade, a nossa morfologia e fisiologia é como é porque isso se mostrou indispensável à sobrevivência da espécie e os que não eram assim foram eliminados.
No homem, tal como em todos os organismos que se reproduzem, ocorrem variações—ou mutações—no material genético que condicionam modificações das características da forma e do comportamento. Em consequência, surgem indivíduos mais aptos a extrair melhores conclusões sobre o mundo em que vivem—têm por isso melhores condições para sobreviver que os outros e para tornar dominante o seu tipo de genoma. Corresponde isto a um apuramento da espécie embora, dito assim, soe a eugenia de mau gosto—é a vida!
Desta forma se fez o desenvolvimento científico do passado—à custa de seres intelectualmente privilegiados, como Galieu, Newton, Einstein, blá, blá, blá—e se atingiram progressos como a energia nuclear e a revolução electrónica.  Infelizmente, não estamos certos que no futuro aconteça o mesmo, dependendo do uso que se faça de tanto conhecimento e tanta técnica. Contudo, há razões para esperar que a selecção natural do homem também aí intervenha—preferencialmente de forma silenciosa e pacífica—garantindo que o progresso científico e tecnológico nos traga mais consciência de quem somos, de onde viemos e para onde vamos—como o poeta Bocage—elimine os "maus" e nos equipe com confortos e comodidades alinhados com a selecção dos mais aptos.
E o problema não se põe da forma exclusiva e prosaica do desfrutar materialmente do progresso do conhecimento. Em boa verdade, o que mais move o homem moderno—embora não pareça—é o aspecto lúdico do avanço desse conhecimento. Como escreveu Stephen Hawking no livro "Brief History of Time", o nosso grande objectivo é nada menos que a compreensão completa do universo onde vivemos.
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