Falámos há poucos
dias duma trampa cultural realizada no contexto do evento "Guimarães
Capital, blá, blá, blá", cujo presidente da comissão não sei de quê é o
Senhor Dr. Jorge Sampaio—ex-presidente da República Portuguesa e político de
fino recorte intelectual—em que foi feito o simulacro do funeral do País, de
forma pífia e de nauseante mau gosto—um nojo, para ser mais preciso. Agora ficámos a saber que a participação da GNR
naquele horror, com militares uniformizados e usando armas da corporação, foi
autorizada pelo comandante da unidade de Braga, que já foi demitido pelo Comandante-Geral,
Graças a Deus—acho pouco, mas já é alguma coisa.
Dizem as notícias de hoje que tão inspirado espectáculo
foi da autoria dum "artista" chamado Miguel Januário que não pode ser
preso, suponho eu, porque seria atentar contra a liberdade de criação artística—qualquer
coisa como prender alguém por ter aliviado o intestino numa latrina. Aliás, o Januário,
ainda dentro do programa do evento referido, já pintou uma versão revista do
Hino Nacional numa parede, versão que começava com a estrofe “Ireis
pagar/pobre povo” e continuava com himalaias de inspiração—infelizmente foi mandada
apagar por alguém de bom senso (ainda há!). Parece que também já conspurcou um
prédio na Rua do Alecrim em Lisboa e, como tem seis intervenções culturais
previstas, receio que a próxima seja colocar um monumental monte de caca a
cobrir a estátua equestre de D. José no Terreiro do Paço.
Entretanto, vale a pena recapitular a afirmação do Senhor
Dr. Jorge Sampaio feita há cerca de um mês: "CAPITAL EUROPEIA DA CULTURA É
UM SINAL DE ESPERANÇA". Acho que sim—eu tenho esperança de que vão todos
trabalhar para a estiva, presidente incluído.
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