Quando se caminha na direcção errada, progride-se andando para trás. Progresso é desbravar novos conhecimentos, mas também eliminar conhecimentos
velhos. É abdicar de preconceitos, sem paixão, sem clubismo, sem obstinação.
Infelizmente, todos os dias se assiste
ao contrário. O resultado está à vista; e não estou a pensar em nada particularmente,
mas no mundo todo, desde o XVIII Governo Constitucional, até à ONU, que não serve para nada, à Crimeia, ao
aquecimento global, aos alimentos geneticamente modificados, rebabá.
Uma das causas do problema é a abordagem errada da origem
dos fenómenos, sejam físicos, económicos, financeiros, sociais, ambientais,
políticos e toda a restante e similar cangalhada. Somos desde o nascimento máquinas
de armazenar preconceitos que defendemos como se abandoná-los fosse perder
batalhas. Intelectualmente, comportámo-nos como sócios do Benfica, do Sporting,
do Porto, esquecendo a verdade incontestável contida na primeira frase deste
post—ninguém anda para trás, mesmo que caminhe asininamente na direcção errada.
A asneira resulta em grande parte de erros do que se
chama causalidade. Consiste esta em assumir, consciente ou inconscientemente,
que os acontecimentos—chamando assim a tudo que acontece à volta—resultam de
uma só causa. Por exemplo, que a bolsa de valores cai porque Hollande levou uma
banhada nas eleições municipais, ou que o planeta aquece em consequência de se
acenderem muitas braseiras em Viseu durante o Inverno—a simplificação de que
falava ontem. Na verdade, tudo é complexo, difícil, embrulhado, obscuro, labiríntico e difícil
de avaliar. Então, entra o preconceito ou viés, a ideia "feita", o comportamento
asnático. Faz parte da nossa natureza.
A esperança é que o homem ainda tem uns milhares de milhões
de anos para evoluir. Por exemplo, quando o Sol em fim de vida começar a expandir-se e os
oceanos a ferver e a evaporar, nessa altura sim, o homem vai perceber o que é
aquecimento global não antropogénico. Ai percebe, percebe!
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