Leio com espanto que um "estudo" realizado pelo
Instituto de Ciências
Sociais da Universidade de Lisboa chegou
à seguinte conclusão: para os portugueses, o 25 de Abril é considerado a data
mais importante da História de Portugal, com quase 60% de opiniões nesse
sentido, contrastando com 3% para a Batalha de Aljubarrota, 4% para a chegada
de Vasco da Gama à Índia, 5% para a Restauração da Independência em 1640 e por
aí fora—um calvário de estupidez.
A primeira pergunta a
fazer é qual o nível cultural, sobretudo de conhecimentos da História Pátria, da
população interrogada? Provavelmente, gente que ouve ou vê diariamente incensar
o 25 de Abril na rádio, na televisão e, optimisticamente, nos jornais, onde só lê
as páginas desportivas e, mesmo aí, apenas notícias relativas ao futebol.
É claro que a população
estudada, de 1.254 cabeças, foi "seleccionada"
por grupos, segundo critério claramente discutível. Se perguntarmos aos mesmos
quem é o português mais ilustre, é provável que Cristiano Ronaldo fique à frente de Pedro
Nunes ou Egas Moniz.
Dir-se-á que a conclusão é
um aborto, mas é "a conclusão". Não é, de todo: não lembra ao careca ir por aí
fora perguntar o que pensa a mesma gente da Teoria das Cordas da Mecânica
Quântica. E se forem, defeco também em tal lembrança e na conclusão. Aí está!
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