quarta-feira, 16 de abril de 2014

TUDO É RELATIVO

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Na cabeça de um alfinete há cerca de 30 biliões de átomos—biliões mesmo, ou seja, 30 milhões de milhões. Comparados com a cabeça do alfinete, nós somos inenarravelmente grandes. A pergunta é: porque são os átomos tão pequenos?
O problema resume-se àquele dito do brasileiro: A vida não está cara; tu é que estás ganhando pouco. Tal e qual: os átomos não são pequenos, nós é que somos enormes.
Já sei no que está a pensar: então, porque somos tão grandes?
A resposta não é simples, não senhor. Mete uma coisa chamada Química de Sistemas, ou uma laracha desse género, em que é melhor nem escavar muito. Resumindo, tudo no mundo foi seleccionado naturalmente, até os átomos e as moléculas. As moléculas esquisitas em termos de reacções químicas foram, provavelmente, sendo marginalizadas—kaput. Com as outras terá nascido a vida. Mas há vida e vida. Um vírus, por exemplo, é um ser que nem sequer é capaz de se reproduzir sozinho—tem de se meter no ADN de outro ser vivo para este o reproduzir, vejam lá! Não presta!
Nós, o cavalo, o boi—e a vaca, claro!—o elefante e por aí fora somos seres vivos de grande estilo. Mas para o sermos, precisamos de muitas peças, como os automóveis modernos. Comparem um "Ford T" com um "Bentley", ou o avião dos irmãos Wright com um "Airbus 380" e digam-me se acham que os segundos não têm mais peças que os primeiros—claro que têm. Nós, o cavalo, o boi—e a vaca, claro!—o elefante e por aí fora também temos muitas peças. Estão razoavelmente bem arrumadas mas, ainda assim, ocupam bastante espaço. Por isso somos muito grandes. Resumindo, os átomos não são pequenos; nós é que exageramos. E como a bitola é o nosso tamanho... Voilà!
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