Na cabeça de um alfinete
há cerca de 30 biliões de átomos—biliões mesmo, ou seja, 30 milhões de milhões.
Comparados com a cabeça do alfinete, nós somos inenarravelmente grandes. A
pergunta é: porque são os átomos tão pequenos?
O problema resume-se
àquele dito do brasileiro: A vida não está cara; tu é que estás ganhando pouco.
Tal e qual: os átomos não são pequenos, nós é que somos enormes.
Já sei no que está a
pensar: então, porque somos tão grandes?
A resposta não é simples,
não senhor. Mete uma coisa chamada Química de Sistemas, ou uma laracha desse
género, em que é melhor nem escavar muito. Resumindo, tudo no mundo foi
seleccionado naturalmente, até os átomos e as moléculas. As moléculas esquisitas em termos de reacções químicas foram, provavelmente, sendo marginalizadas—kaput. Com as outras terá
nascido a vida. Mas há vida e vida. Um vírus, por exemplo, é um ser que nem
sequer é capaz de se reproduzir sozinho—tem de se meter no ADN de outro ser
vivo para este o reproduzir, vejam lá! Não presta!
Nós, o cavalo, o boi—e a
vaca, claro!—o elefante e por aí fora somos seres vivos de grande estilo. Mas
para o sermos, precisamos de muitas peças, como os automóveis modernos.
Comparem um "Ford T" com um "Bentley", ou o avião dos
irmãos Wright com um "Airbus 380" e digam-me se acham que os segundos não têm
mais peças que os primeiros—claro que têm. Nós, o cavalo, o boi—e a vaca, claro!—o
elefante e por aí fora também temos muitas peças. Estão razoavelmente bem
arrumadas mas, ainda assim, ocupam bastante espaço. Por isso somos muito
grandes. Resumindo, os átomos não são pequenos; nós é que exageramos. E como a bitola
é o nosso tamanho... Voilà!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário