Há três dias, transcrevi as
seguintes passagens de uma crónica de Rui Ramos sobre a Operação
Labirinto:
[...] «As escutas, as
prisões, o aviltamento mediático, as sentenças—nada disso os terá feito pensar,
hesitar, desistir» [...].
E mais adiante:
[...] «Podemos fazer todo
o escarcéu sobre a corrupção. Podemos ameaçar com as mais severas punições para
os culpados. O que não podemos, de facto, é esperar que alguma máquina de
vigilância e exautoração substitua o sentido individual do dever e da honra.
Onde este não existe, não há concurso, escrutínio, vigilância ou dissuasão que
'funcionem'.» [...]
A respeito do citado, comentei:
[...] «Aqui reside o problema
básico. A política e a administração pública foram infiltradas por gente sem
escrúpulos, aventureiros sem mérito, sem ética e sem vergonha, capazes de
arriscar o pior. Não temem pôr em causa o bom nome porque nunca o tiveram.» [...]
Hoje tomo conhecimento que
José Sócrates foi preso à chegada ao Aeroporto de Lisboa e será amanhã
interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, sob suspeita de crimes de fraude
fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
Voilà!
Aliás, há tempos que se nota em certos meios incómodo com
a prisão de Salgado, de Vara, dos Penedos, de Isaltino, de Figueiredo, de
Palos, rebabá. Isto é, sente-se o cerco a apertar. No caso do Zezito estava
mesmo muito perto, como se vê. Foi incauto. Devia ficar em Paris de França. Talvez melhor: fazer uma viagem até ao Brasil.
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