sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CHILINDRÓ

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Há três dias, transcrevi as seguintes passagens de uma crónica de Rui Ramos sobre a Operação Labirinto:

[...] «As escutas, as prisões, o aviltamento mediático, as sentenças—nada disso os terá feito pensar, hesitar, desistir» [...].

E mais adiante:

[...] «Podemos fazer todo o escarcéu sobre a corrupção. Podemos ameaçar com as mais severas punições para os culpados. O que não podemos, de facto, é esperar que alguma máquina de vigilância e exautoração substitua o sentido individual do dever e da honra. Onde este não existe, não há concurso, escrutínio, vigilância ou dissuasão que 'funcionem'.» [...]

A respeito do citado, comentei:

[...] «Aqui reside o problema básico. A política e a administração pública foram infiltradas por gente sem escrúpulos, aventureiros sem mérito, sem ética e sem vergonha, capazes de arriscar o pior. Não temem pôr em causa o bom nome porque nunca o tiveram.» [...]

Hoje tomo conhecimento que José Sócrates foi preso à chegada ao Aeroporto de Lisboa e será amanhã interrogado pelo juiz Carlos Alexandre, sob suspeita de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.

Voilà!

Aliás, há tempos que se nota em certos meios incómodo com a prisão de Salgado, de Vara, dos Penedos, de Isaltino, de Figueiredo, de Palos, rebabá. Isto é, sente-se o cerco a apertar. No caso do Zezito estava mesmo muito perto, como se vê. Foi incauto. Devia ficar em Paris de França. Talvez melhor: fazer uma viagem até ao Brasil.

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