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Tozé Seguro tinha posto o Zezito de quarentena. Quando
lhe perguntavam o que achava dele, dizia que estava vento do Sul e iria talvez chover,
que o Sporting este ano é capaz de ganhar juízo porque a Liga não ganha, que o
Dr. Soares é fixe, especialmente quando está calado, rebabá. Tozé era mal visto no PS por não incensar
Zezito. Ninguém lhe perdoava, especialmente o Costa. Não descansaram enquanto
não o atiraram de pernas para o ar.
Tozé caiu e calou-se prudentemente. Agora ri-se—a
vingança serve-se fria. Costa ficou com o leproso ao colo, em sério risco de
contágio; ele, Ferro e a tralha socrática. Como se diz em linguagem castrense, Costa
tem o tomate entalado na virilha, localização difícil de desentalar. Escreve
bilhetinhos electrónicos aos associados a dizer que foi uma grande surpresa, um
choque (quase eléctrico!) e que uma coisa é o antigo Primeiro-Ministro—pela
graça de Deus, acrescento—e outra é o PS e a sua acção política em 41 anos,
tempo mais que suficiente para fazer muitas borradas.
Se as eleições fossem agora, como os socialistas exigiam,
a banhada era para morrerem todos afogados, Costa incluído. A sorte foi Cavaco não
ter sabido que o Zezito ia de cana. Mas o tsunami que aí vem depois deste sismo ainda deve fazer ondas daqui a um
ano—ondas maiores que as de 15 metros que tanto impressionam o Dr. Soares depois de ter lido em diagonal o
livro do "professor catedrático de Cambridge", Stephen Emmott.
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