domingo, 23 de novembro de 2014

TSUNAMI DO ZEZITO

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Tozé Seguro tinha posto o Zezito de quarentena. Quando lhe perguntavam o que achava dele, dizia que estava vento do Sul e iria talvez chover, que o Sporting este ano é capaz de ganhar juízo porque a Liga não ganha, que o Dr. Soares é fixe, especialmente quando está calado, rebabá.  Tozé era mal visto no PS por não incensar Zezito. Ninguém lhe perdoava, especialmente o Costa. Não descansaram enquanto não o atiraram de pernas para o ar.
Tozé caiu e calou-se prudentemente. Agora ri-se—a vingança serve-se fria. Costa ficou com o leproso ao colo, em sério risco de contágio; ele, Ferro e a tralha socrática. Como se diz em linguagem castrense, Costa tem o tomate entalado na virilha, localização difícil de desentalar. Escreve bilhetinhos electrónicos aos associados a dizer que foi uma grande surpresa, um choque (quase eléctrico!) e que uma coisa é o antigo Primeiro-Ministro—pela graça de Deus, acrescento—e outra é o PS e a sua acção política em 41 anos, tempo mais que suficiente para fazer muitas borradas.
Se as eleições fossem agora, como os socialistas exigiam, a banhada era para morrerem todos afogados, Costa incluído. A sorte foi Cavaco não ter sabido que o Zezito ia de cana. Mas o tsunami que aí vem depois  deste sismo ainda deve fazer ondas daqui a um ano—ondas maiores que as de 15 metros que tanto impressionam o  Dr. Soares depois de ter lido em diagonal o livro do "professor catedrático de Cambridge", Stephen Emmott.
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