[...] Existe uma admirável coincidência entre os fazedores de
opinião que estão a demonstrar uma hipersensibilidade às falhas do segredo de
justiça e uma notável abnegação na defesa da presunção de inocência, e aqueles
fazedores de opinião que durante anos e anos defenderam José Sócrates contra os
ataques ad
hominem e o julgaram vítima de infames conspirações. Quando
vejo Miguel Sousa Tavares ou Clara Ferreira Alves mais entretidos a discutir
fugas de informação e timings de detenção
do que a possibilidade muito real de um ex-primeiro-ministro ser corrupto, eu
sei que eles estão menos a defender Sócrates do que a defenderem-se a si
próprios, e àquilo que andaram a escrever ao longo dos anos. [...]
João Migel Tavares in "Público"
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