Segundo o "Correio da Manhã", Rosário Teixeira,
procurador da primeira instância a investigar as artes malabares do Zezito,
terá pedido—ou irá pedir—para assistir ao sorteio a realizar no Tribunal da
Relação de Lisboa a fim de escolher os três desembargadores que irão decidir sobre
o recurso apresentado pelos advogados do arguido Zé.
Quando pago a mercearia e recebo troco, confiro-o a fim de ver
se há engano do empregado ou este está a meter-me a mão no bolso. Rosário Teixeira
não deve ter medo de enganos nesta circunstância. Há regras para o efeito e os
enganos involuntários, com tanta gente envolvida, não são prováveis. Rosário Teixeira
parece recear trampolinice.
O facto é complicado. Eu confiro os trocos para prevenir
enganos e roubalheira. Aparentemente, Rosário Teixeira não confere o sorteio para evitar enganos; apenas para evitar "roubalheira" judicial.
A ser assim, pergunto se o procurador tem
notícia de situações em que o sorteio terá tido batota? Se não, fico sem
perceber porque faz o pedido. Se sim, ficamos com a fralda molhada ao constatar
que a Justiça que nos julga pode não ser tão lisa como esperávamos.
Já vimos o Presidente do Supremo mandar recortar à
tesoura um processo para eliminar provas. Agora vemos um procurador com medo do
uso da bola fria e da bola quente na Relação de Lisboa, como acontecia no futebol.
Óh égua!...
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