domingo, 18 de janeiro de 2015

BOLA QUENTE/BOLA FRIA

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Segundo o "Correio da Manhã", Rosário Teixeira, procurador da primeira instância a investigar as artes malabares do Zezito, terá pedido—ou irá pedir—para assistir ao sorteio a realizar no Tribunal da Relação de Lisboa a fim de escolher os três desembargadores que irão decidir sobre o recurso apresentado pelos advogados do arguido Zé.
Quando pago a mercearia e recebo troco, confiro-o a fim de ver se há engano do empregado ou este está a meter-me a mão no bolso. Rosário Teixeira não deve ter medo de enganos nesta circunstância. Há regras para o efeito e os enganos involuntários, com tanta gente envolvida, não são prováveis. Rosário Teixeira parece recear trampolinice.
O facto é complicado. Eu confiro os trocos para prevenir enganos e roubalheira. Aparentemente, Rosário Teixeira não confere o sorteio para evitar enganos; apenas para evitar "roubalheira" judicial.
A ser assim, pergunto se o procurador tem notícia de situações em que o sorteio terá tido batota? Se não, fico sem perceber porque faz o pedido. Se sim, ficamos com a fralda molhada ao constatar que a Justiça que nos julga pode não ser tão lisa como esperávamos.
Já vimos o Presidente do Supremo mandar recortar à tesoura um processo para eliminar provas. Agora vemos um procurador com medo do uso da bola fria e da bola quente na Relação de Lisboa, como acontecia no futebol. Óh égua!...
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