O Dr. Soares, entertainer de serviço na comunicação social,
de quem Henrique Monteiro diz que cada frase é um título de jornal, escreve
hoje no DN que Cavaco Silva era um "salazarista convicto". Ricardo
Costa, director do "Expresso", afirma no site do jornal que Soares
cometeu um erro e dá-se ao trabalho de explicar porquê.
Não é preciso explicar nada do que Soares comenta porque
tudo quanto diz é manifestação patética e deprimente de senilidade própria de
asilo da terceira idade. O problema é que, se agora podemos passar por cima do
que diz e aproveitá-lo para crónicas de escárnio nos blogs, nos jornais, em programas
humorísticos, anedotas e similares, o problema dizia eu, é que Soares foi
sempre assim—um vaidoso egocêntrico, fútil, politiqueiro da escola da Primeira
República, sem respeito pela verdade, com tanta insensatez que, ao contrário do
mito criado, é um dos responsáveis pela ruim qualidade da democracia que nos
rege. Soares é o ícone desta República, de que o cidadão comum se queixa,
continuando alguns jornalistas—inexplicavelmente—a insensá-lo. Não percebem que
Soares foi sempre uma mediocridade intelectual e política.
Os erros, como lhes chama Ricardo Costa, foram uma
constante na sua carreira depois do 25 de Abril. Desde a entrada de Cunhal no
Primeiro Governo Provisório, cujas consequências se viram e de que o seu amigo Carlucci
da CIA nos salvou, até à descolonização "exemplar", tudo foram calamidades.
Soares vai ficar na História, é verdade. Depois de tanta
asneira, é inevitável. O físico Oppenheimer,
referindo-se a Einstein, escreveu que um homem cujos erros levam dez anos a
corrigir é um grande homem. Nesse aspecto, Soares leva vantagem. E, segundo o também físico Bohr, especialista é o que fez todos os erros possíveis numa qualquer área—Soares
é um especialista da política, sem dúvida.
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