Vivemos num universo
aparentamente uniforme com as mesmas leis da Física por todo o lado―a massa do
electrão, por exemplo, é a mesma em Alguidares de Baixo e na Galáxia NGD1569.
Tal ideia decorre do que conseguimos observar, onde as coisas são assim, de
facto. Mas ninguém nos diz como são para além do que enxergamos.
Imaginemos o universo como a
superfície duma bola de futebol, com hexágonos brancos e hexágonos pretos. Se o
universo está em permanente expansão, os hexágonos vão crescendo e os que estão
num hexágono branco nunca vêem o que se passa no preto do lado, sendo o inverso
também verdadeiro. Assim, não podemos estar certos de que não há mundos com mais
ou menos dimensões, com electrões mais pesados ou mais leves, protões com massa
muito diferente dos neutrões, com formas de vida diferentes da Terra, até com outros doutores Soares, com apenas trinta anos mas muito menos lúcidos.
Teoricamente, de acordo com o
conhecimento actual, podem existir 10^500 tipos de universos. O pessimista dirá
que, sendo impossível ver outras partes, não podemos provar que existam. O optimista,
por sua vez, acha que havendo 10^500 probabilidades de isso acontecer, o mais
provável é que aconteça.
Haverá mais doutores Soares e mais Zezitos? Quem sabe? A gente já acredita em tudo!
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